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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de dezembro de 2024

"Se você me ama, me deixa ir em paz" - pediu o poeta Ferreira Gullar, de 86 anos; corpo vai para a Academia Brasileira de Letras e será sepultado às 15 horas

Segunda 05/12/16 - 7h

O poeta, escritor e teatrólogo maranhense Ferreira Gullar morreu na manhã de domingo no Rio, aos 86 anos. Gullar é um dos maiores autores brasileiros do século 20 e foi eleito "imortal" da Academia Brasileira de Letras em 2014.
PNEUMONIA
Gullar foi vítima de pneumonia e estava internado há 20 dias. O corpo do escritor está sendo velado na Biblioteca Nacional, centro do Rio. De lá, sairá para velório às 9h de hoje no prédio da Academia Brasileira de Letras. Às 15h, o corpo será levado para o enterro no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.
PAZ
Quando os médicos, em lugar da alta prometida, diagnosticaram uma pneumonia, na última sexta-feira, no vigésimo terceiro dia de internação, o poeta recusou ser entubado. Pediu à mulher, a também poeta Claudia Ahimsa, para não sofrer intervenções que prolongassem sua agonia.“Se você me ama, não deixe fazerem nada comigo. Me deixe ir em paz. Eu quero ir em paz”, pediu à sua companheira dos últimos 22 anos.
MANIFESTO
O último livro de ferreira Gullar foi "Autobiografia poética e outros textos", lançado este ano. Foi Gullar quem escreveu o manifesto que marcou a aparição, em 1959, do movimento neoconcreto. Depois de algumas obras, Gullar se afastou do movimento e se envolveu com política, tema de seus trabalhos seguintes. Ingressou no partido comunista e passou a militar contra a ditadura militar. Chegou a ser preso e a viver no exterior na clandestinidade.
EXÍLIO
Durante o exílio na capital argentina, escreveu sua obra-prima: "Poema sujo" (1976), traduzido para diversas línguas. Gullar só voltou ao Brasil em 1977. Aqui, trabalhou na imprensa do Rio e como roteirista de TV. Nos anos 1980, escreveu o seriado "Carga pesada" e assinou a novela "Araponga". Gullar também foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura em 2002.

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