Brasília convoca principal diplomata norte-americiano para explicar a nota de ontem, contra Alexandre de Moraes
Sexta 08/08/25 - 10h58
A convocação ocorreu após a publicação, por órgão norte-americano, de uma nota endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, e a seus aliados.
Esta foi a terceira convocação de Escobar ao Itamaraty desde o agravamento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
No dia anterior, o diplomata havia se reunido com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin
***
12h26m, sexta-feira, da Agência Brasil:
Itamaraty convoca chefe da Embaixada dos EUA após ameaça ao Judiciário
Pelas redes sociais, embaixada disse que monitora "aliados de Moraes"
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos (EUA), Gabriel Escobar, para dar explicações sobre as ameaças do governo de Donald Trump contra “aliados de [Alexandre de] Moraes no Judiciário”.
O secretário interino da Europa e América do Norte do Itamaraty, o embaixador Flavio Celio Goldman, recebeu o representante do governo Trump no Brasil para manifestar indignação do governo brasileiro com o tom e o conteúdo das postagens recentes do Departamento de Estado e da embaixada nas redes sociais.
O governo entende que as manifestações dos órgãos do Estado do país norte-americano representam clara ingerência em assuntos internos e são ameaças inaceitáveis à autoridades brasileiras.
O Departamento de Estado dos EUA, órgão similar a um ministério das relações exteriores, tem usado as redes sociais para atacar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro Alexandre de Moraes relativas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Ontem (7), a Embaixada dos EUA no Brasil traduziu comentário do secretário de diplomacia pública Darren Beattie, ameaçando autoridades do Judiciário brasileiro que contribuam com Moraes. “Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”, disse o comunicado do diplomata, acusando o ministro de “censura” e “perseguição” contra Bolsonaro.