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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 30 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Aconteceu em Antônio Olinto Manoel Hygino - Hoje em Dia Sequer era um povoado, mas um ajuntamento de casas em torno da estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, ligando os grandes centros ao sertão. Quando houve um surto de coqueluche em minha cidade, nossos pais concluíram que devíamos abrigar-nos ali, longe da poeira das ruas. Havia tranquilidade e ar puro. Assim era a Antônio Olinto que conheci criança, em sossego pleno e sob carinhoso cuidado. Antônio Olinto foi o primeiro presidente de Minas na República, antecedendo a Cesário Alvim. Natural do Serro, professor, jornalista, político e engenheiro, só ficou no cargo até 24 de novembro de 1889. O tempo passou e, como sempre, sofreu a avalanche de mudanças rápidas. Em agosto de 2015, em Antônio Olinto, zona rural de Montes Claros, a polícia entrou em ação num clube, quando surgiram denúncias de indivíduos aparecerem ostentando armas, vendendo e consumindo produtos perigosos, inclusive a menores. Todos os indivíduos , detidos ou apreendidos, apresentavam sintomas de ingestão de bebidas alcoólicas ou uso de drogas. A lembrança alerta para a degradação do ambiente em que vivemos. O pacato lugarejo, que contribuíra para recuperação da saúde das crianças, foi golpeado por forças estranhas ao meio, ignorando a lição de São Francisco de Assis, louvando o Senhor, “pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”. Contrariamente às benesses, surgiram o fumo, o álcool e as drogas, que dizimam a geração de hoje e degradam o ser humano desde a infância, contribuindo para destruição dos vínculos familiares. A sociedade não se preparou para essa guerra. Os tóxicos invadiram e dominam o mundo, prestando-se a enriquecer os agentes do mal. Já Paulo VI, em 1971, alertava a FAO sobre a possibilidade de uma “catástrofe ecológica sob o efeito da explosão da civilização industrial”. Esta civilização industrial é a mesma que promove a produção e comercialização das drogas e destrói o ecossistema. O pontífice (e não faço o registro simplesmente para elogiar a Igreja) observou que o ser humano parece “não se dar conta de outros significados do seu ambiente natural, para além daqueles que servem somente para os fins do uso ou consumo imediatos”... E maléficos, acrescentaria eu. Não nos apercebemos de que se trata de uma advertência sobre problema que ultrapassa a visão simplista das coisas ou a nossa imperdoável omissão diante da degeneração que avança. O homem e a Terra são indissociáveis. O progresso humano autêntico possui caráter moral e pressupõe pleno respeito pela pessoa e pela natureza. Os humanos de nossa época, porém, talvez mais do que nunca, desconhecem essa realidade ou fazem de conta que desconhecem, procurando servir-se de produtos disponibilizados sem medir as consequências danosas. Presentemente, há ampla e indispensável divulgação de orientações quanto à preservação do meio ambiente. Assim se deve proceder. Mas nós fazemos parte desse convívio e nos vamos extinguindo, moral e materialmente.

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