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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A Nova Cuba Manoel Hygino - Hoje em Dia Por mais que se pretenda esquecer, as eleições de 2014 já estão inscritas entre as que mais mexeram com o sentimento popular. Não sem razão o país ficou dividido ao meio, com Aécio Neves somando mais de 51 milhões de votos. A distribuição de votos pelos estados não constituiu surpresa, se se considerar que a Bolsa Família foi o mais importante contributo para a preferência pela candidata petista. A predominância de Dilma no Nordeste produziu repercussão. Segundo alguns, até que se deveria futuramente fundar os Estados Unidos do Nordeste para abrigar os dele nascidos e os habitantes de tão grande região brasileira, capaz de decidir os destinos nacionais, contrariando ou divergindo do próspero Sul. Eleika Bezerra, vereadora em Natal, sugere a divisão do Brasil em dois países. O primeiro englobaria Norte e Nordeste e se chamaria Nova Cuba, por motivos não difíceis de adivinhar. Com 71 anos, Eleika é professora pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e se elegeu em 2012, usando como principal bandeira a luta pela educação. Comprometeu-se a doar integralmente seu salário parlamentar para entidades filantrópicas, registrando o compromisso em cartório, para que dúvidas não pairassem. Sem se explicar claramente, a ilustre edil e mestra propõe ainda que Minas Gerais seja “implodido e vire um lago”. Talvez pudesse suprir as necessidades hídricas da sequiosa São Paulo, caso haja uma tão extensa e inclemente estiagem como a deste ano. No entanto, não perco a oportuna ensancha para referir-me aos muitos meios e métodos usados na América Latina para se chegar ao poder. Assim, aconselharia a leitura de “Tiranos & Tiranetes”, em que Carlos Taquari revela, com riqueza de pormenores, como se alcança o topo do comando nesta estupenda região do Novo Mundo. Simón Bolívar, transformado em ídolo de segmentos político-ideológicos, já registrava em sua pátria: “Este país cairá, infalivelmente, nas mãos da multidão desenfreada, para depois passar ao controle de tiranetes de todas as cores e raças”. Previsão vencida ou ainda válida? Pois é lá mesmo na Venezuela que aconteceu, entre outras, a lição proclamada pelo coronel Pérez Jiménez, à frente de um regime militar desde 1948. Para legitimar-se, convocou uma assembleia que elegeria o presidente. No decorrer da apuração, constatou que a situação não lhe era favorável. Suspendeu os trabalhos, exigindo contagem “mais correta” de sufrágios e, dois dias depois, o resultado saiu com a vitória do regime. Nem assim se satisfaz. Com medo de um boicote da oposição, que comprometeria a confirmação da sua escolha, “convidou” os líderes contrários para reunir-se com ele em palácio. Seis compareceram. Jiménez lhes exigiu apoio, que eles não aceitaram. Mal encerrado o encontro, todos foram presos pela polícia secreta, levados a um avião e encaminhados para o Panamá, sem documentos, dinheiro ou bagagem. Assim, a Venezuela, agora de Maduro, sucessor de Chávez, passou mais de cem anos ininterruptos sob caudilhos.

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