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Mensagem: Morte anunciada - Universitária é assassinada a facadas dentro de seu apartamento e seu ex-namorado confessa o crime. Acusado deveria estar preso desde maio, devido a ameaças que vinha fazendo à vítima - Luiz Ribeiro - A estudante de medicina Sara Teixeira de Souza, de 35 anos, foi assassinada a facadas, na manhã de ontem, dentro de seu apartamento, no Bairro Ibituruna, região de classe média alta na cidade de Montes Claros, Norte de Minas. Segundo a polícia, Leandro Dantas de Freitas, de 28 anos, ex-modelo com quem a vítima já namorou, confessou o crime. O homicídio poderia ter sido evitado, já que em maio foi expedido mandado de prisão preventiva contra o acusado devido a ameaças que ele vinha fazendo a Sara. Entretanto, ele só foi detido ontem, após o ataque fatal. Sara e Leandro namoraram durante cerca de seis meses. Em 25 de fevereiro deste ano, dois dias após o término do namoro, a universitária recorreu à Polícia Militar (PM) e registrou um boletim de ocorrência relatando que o rapaz não aceitou o fim do relacionamento e passou a persegui-la. Na ocasião, ela reclamou que, além de ameaçá-la de agressões, o rapaz destruiu seu telefone celular e quebrou alguns vidros do prédio onde morava. Em 27 de fevereiro, novas agressões aconteceram. Sara foi orientada pelos policiais a adotar medidas de segurança pessoal e tomar providências para o cumprimento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. Ela procurou a Delegacia de Prevenção à Violência contra a Mulher, em Montes Claros, denunciando agressões e ameaças de morte. O juiz da 1ª Vara Criminal de Montes Claros, Isaías Caldeira Veloso, informa que, após outras medidas protetivas – que não foram suficientes para interromper as ameaças contra vida da estudante de medicina –, em 14 de maio ele decretou a prisão preventiva de Leandro após receber pedido da Delegacia da Mulher com parecer favorável da Promotoria Pública. Porém, o mandado não foi cumprido a tempo de evitar a morte de Sara. A delegada Karine Maia, responsável pela Delegacia da Mulher de Montes Claros, informou que em 15 de maio os investigadores saíram à procura de Leandro Dantas, que seria funcionário de uma indústria têxtil local e que, atualmente, estaria afastado por causa de envolvimento com drogas. “O rapaz não foi encontrado”, disse a delegada, acrescentando que, por enquanto, não identificou nenhuma falha. A delegada informou que, desde que a delegacia foi aberta, em março de 2013, foram recebidos 31 mandados de prisão e 22 deles (71%) foram cumpridos, resultado que considera satisfatório. Maisa Rodrigues, defensora pública e coordenadora do Núcleo da Defesa da Mulher de Montes Claros, considera que o caso da universitária é um exemplo de ineficácia das medidas protetivas da Lei Maria da Penha. “A lei é um avanço. Mas, para funcionar mesmo, é preciso reforçar a estrutura de combate, com as delegacias da mulher funcionando 24 horas por dia”, disse. COMOÇÃO A universitária Sara Teixeira de Souza era integrante de família tradicional de Porteirinha, Norte de Minas, onde o pai dela, conhecido como Tião do Bazar, é dono de um conhecido comércio de armarinho. Ontem, houve comoção na cidade. O corpo de Sara será sepultado hoje em Porteirinha.
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