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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A violência está aí José Prates De uns vinte anos a esta parte, tudo mudou em nossa vida A nossa maneira de pensar e agir, hoje, obedece a outros critérios. Não são os mesmos daquele tempo em que a violência era desconhecida em nosso meio. Quem ainda vive, lembra-se dos anos setenta, oitenta quando o “alheio” era coisa sagrada e nos era possível dormir de janelas abertas, sem receio de invasão, porque, em geral, havia respeito ao que era “alheio”, ou melhor: ao que não lhe pertencia. Hoje o que vemos é o desrespeito a tudo, inclusive à vida humana que foi banalizada, podendo ser tirada sem qualquer motivo. A polícia luta para acabar com os marginais da lei que criam a violência em ataques às pessoas em qualquer lugar, à luz do dia, sem medo de punição. Assalto a bancos, ninguém conhecia nem ouvia falar sobre isso. Hoje são todos os dias, às escancaras, de dia com sol quente. O que mais preocupa é a faixa de idade desses assaltantes: jovens entre dezessete e trinta anos, cuja procedência ninguém sabe. Dizem que são dos morros, mas, pode ser que não. O que assistimos diariamente e as rádios, jornais e televisão mostram é a violência que tomou conta de tudo e de todos, amedrontando e trazendo desassossego para a população que não dorme tranqüila. Andar de carro não é a comodidade que era antigamente. Hoje é preocupante e muita gente prefere deixar o carro na garage para não ficar sem ele. É a violência que campeia no país inteiro. Quem é o culpado por isso tudo? É o próprio espaço urbano, acompanhado do descaso dos governantes com o pobre favelado. Isso, quem for numa favela vai presenciar cenas que mostram o desamparo do habitante e isto revolta o jovem morador do lugar. Nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente, porque o abandono a que são submetidos esses habitantes, já é um crime. São os chamados espaços segregados, áreas urbanas em que a infra-estrutura de equipamentos e serviços como saneamento básico, sistema viário, energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança pública e acesso à justiça, é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho. Não é a pobreza a responsável pela violência porque na maioria, o pobre é humilde e a humildade não combina com violência. Se a pobreza gerasse a violência, áreas extremamente pobres do Nordeste não apresentariam, como apresentam, índices de violência muito menores do que aqueles verificados em áreas como São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades. E o País estaria completamente desestruturado, caso toda a população de baixa renda ou que está abaixo da linha de pobreza começasse a comer crimes. Nós sabemos que esses fatores não são exclusivos do Brasil, mas, estão em muitos outros paises da América latina e mesmo do mundo inteiro, em intensidades diferentes. Acontece que entre nós, o descaso das autoridades marginalizando o pobre favelado o leva à violência por senti-se discriminado. Alguns especialistas no assunto acham que não é, propriamente, o desemprego uma das causas da violência urbana, mas, a dificuldade que o jovem encontra para o seu ingresso no mercado de trabalho. Essa dificuldade que é bastante conhecida leva alguns jovens à desilusão e, então, é fácil partir para a violência, às vezes, num ato de desespero. À sociedade e às autoridades públicas, cabe repensar o caso da violência urbana e partir para soluções que possam diminuí-la porque sanar é impossível. A primeira providencia seria o amparo à pobreza, principalmente ao jovem. Se houver um entendimento sério entre todas a socledade em torno desse objetivo, é certo que uma grande melhora acontecerá.

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