Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: Nosso admirável mundo novo Manoel Hygino - Hoje em Dia Em 30 de março, quando a noite descer sob o sertão mineiro, o Clube/Leitura/Ateliê/Galeria Felicidade Patrocínio receberá, em Montes Claros, Ivana Rabelo, doutora em Literatura pela USP, para falar sobre “Admirável Mundo Novo”, o livro perene de Aldous Huxley. Este é um dos livros mais lidos em nosso tempo, mesmo 83 anos após seu lançamento. Poder-se-ia conceituá-lo como um volume de ficção científica, mas é muito mais. A obra acena para projeção de um mundo futuro, faz-nos pensar na sociedade contemporânea de consumo, nos hábitos, nocivos ou não, que desenvolvemos no excesso de tecnicismo e na desumanização da sociedade, como a própria Ivana enfatiza. É tema, pois, de relevância sobre as questões propostas, que levam à indagação de como uma pessoa deficiente, para Aldous, quase cega desde os 20 anos, e que só conseguiu ler com auxílio de uma grossa lupa e aprendeu Braille, seja considerado um “homem de visão”. O autor nasceu numa família inglesa de personalidades. Seu avô Thomas, foi conhecido naturalista, e seu irmão, Julian, falecido em 1975, biólogo e filósofo, partidário das teorias da evolução. Aldous se fez um homem afeiçoado à cultura, sobretudo científica, tipo de intelectual onisciente, sedutor e com opinião sobre quase tudo. Uma resenha que me encaminhou Fernando Guedes de Mello alerta para a posição de Huxley. Nela se condensa o pensamento do escritor: o avanço científico pode ser, em sociedades desiguais e mercantilizadas, o caminho para a barbárie. Há uma indesviável pergunta: Seria pertinente reler, hoje, “Admirável Mundo Novo”? Seria pertinente retomar um livro escrito há tantas décadas, numa época tão distante que nem sequer a televisão fora inventada? Seria essa obra algo além de uma curiosidade sociológica, um best seller comum e efêmero que, no ano de sua publicação, 1932, vendeu mais de um milhão de exemplares? No entanto, o livro dos anos 30 é surpreendentemente atual, tanto que as pessoas inteligentes vão e voltam a suas páginas nesta segunda década do século XXI, exatamente porque o assunto é muito nosso. É nossa conturbada época, instrumento hábil a reflexões sobre o homem, o mundo, a sociedade, o tempo de agora e o que virá.
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima