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Mensagem: A Imprensa montesclarense e seus construtores José Prates Até 1951, não podíamos dizer que existisse uma imprensa de fato, em Montes Claros. Existia, pelo esforço e dedicação do velho jornalista Jair de Oliveira, a Gazeta do Norte um hebdomadário que publicava alem da publicidade, artigos assinados pelos intelectuais e políticos da cidade como Dr Plínio Ribeiro, Simeão Ribeiro e outros. Em setembro de 51 nasceu O Jornal de Montes Claros por iniciativa de Jose Monteiro Fonseca, Inspetor Federal do Ensino e antigo colaborador da Gazeta, com o patrocínio do Capitão Enéas Mineiro de Souza recém eleito Prefeito Municipal. O primeiro numero saiu nos mesmos moldes da Gazeta. Foram seis páginas com publicidades e artigos dos costumeiros colaboradores. Eu estava recém casado com uma montesclarense e chegava de Belo Horizonte de onde fui removido a pedido, quando conheci o O JORNAL DE MONTES CLAROS em sua primeira edição. A impressão pareceu-me ótima e a feitura também. Faltavam notícias, reportagens, coisas de jornal, que não tinha. Apenas crônicas, artigos assinados e publicidade local. Nessa ocasião eu já estava acostumado a jornais porque durante o tempo em que estive residindo em Belo Horizonte, servindo ao Exército, colaborava com FOLHA DE MINAS em reportagens de rua, o que fazia como “amador” usando pseudônimo, sem vinculo empregatício. Com isso acostumei-me ao jornalismo e já havia planos para meu emprego quando deixasse o Exercito o que não aconteceu porque fui nomeado para a Central do Brasil, lotado em Montes Claros, onde estava de casamento marcado com uma montesclarense. Quando vi o JMC com aquele feitio, estranhei. Resolvi falar com o responsável que era o Sr Zezinho Fonseca. Ele ouviu-me e ficou admirado do meu interesse pelo jornal. Disse-me, porem, que não tinha condições de manter um repórter de rua porque não havia noticias que justificasse isso, nem condições de trazer um jornalista de fora. Então, pra quê o jornal circulando? Perguntei. Ele não respondeu. O linotipista – não me lembro o nome – que veio do Rio acompanhando a linotipo, primeira de Montes Claros, estava ouvindo a nossa conversa. Saiu da linotipo e veio até nós para dizer a mim que fizesse uma reportagem sobre um fato de interesse do comércio. Ai, então, veriam a minha capacidade jornalística e o interesse do leitor. “Seu” Zezinho concordou. Fiz, então, uma reportagem sobre o problema na Estrada de Ferro com o transporte das mercadorias para Moc e dos produtos de MOC pra BH e Rio principalmente vagões lotados de algodão e milho. Fiz a reportagem entrevistando os atacadistas e um colega em BH, a meu pedido, verificou as causas das dificuldades no transporte por um problema verificado em Corinto, devido a um defeito na malha ferroviária da estação. A reportagem foi publicada como manchete. Foi um sucesso. Daí, então, o jornal tomou outro rumo, o rumo certo do jornalismo. De manhã, já eram vistas na rua, pessoas, lendo o jornal. O JMC tornou-se “o mais lido” e continuo com seu sistema. Com a cotinuação, ficou difícil para um repórter, no caso, eu, fazer tudo sozinho. Na redação era, apenas, eu. Na gráfica estavam o Meira e Andrezzo e na expedição Dona Maria. Isso até 1954 quando o saudoso Doutor Oswaldo Antunes assumiu a direção. Ainda fiquei sozinho algum tempo, mas, não demorou e chegaram Wanderlino Arruda, jovem saindo da adolescência, entusiasta do jornalismo; depois chegou Waldir Sena. Jovens, estudantes do ginásio que queriam ser jornalistas. Foi o inicio do caminho que percorreram com sucesso. Hoje, estão ai para gloria de Montes Claros. Doutor Oswaldo cumpriu sua missão e foi embora, mas, nos deixou um grande legado a imprensa montesclarense. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)
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