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Mensagem: Delegada confirma participação de filho de fazendeiro em crime contra quilombolas - A ação violenta deixou 11 pessoas feridas na cidade de Verdelândia, Norte de Minas. João Fábio Dias, o Joãozinho , filho do atual proprietário da área invadia pelos quilombolas, está foragido - Luiz Ribeiro - Uma equipe da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Conflitos Agrários foi enviada para Verdelândia, Norte de Minas, a fim de investigar o ataque por cerca de 10 a 12 homens encapuzados e fortemente armados a trabalhadores sem-terra, integrantes de comunidades quilombolas que tinham ocupado uma propriedade rural da região. O fato ocorreu domingo à tarde. Na terça-feira, a delegada Andréa Pochmann, que comanda a investigação, confirmou que o fazendeiro João Fábio Dias, o Joãozinho (filho do atual proprietário da área), participou da ação violenta, na qual 11 pessoas ficaram feridas, sendo que duas delas foram baleadas, mas sobreviveram. Ele está foragido.A delegada informou que os suspeitos de participação no ataque aos quilombolas, ocorrido na Fazenda Torta, deverão ser indiciados pelos crimes de tentativa de homicídio, formação de quadrilha e furto. Ela considerou que os quilombolas os remanescentes de escravos que estavam na área (em torno de 25 pessoas) foram vítimas de uma “ação extremamente violenta”. A propriedade onde ocorreu o episódio violento, embora pertença ao município de São João da Ponte (localizada na região do Rio Arapuim), fica mais próxima de Verdelândia (a quatro quilômetros do distrito de Limeira e a 23 quilômetros da sede municipal). Com base em depoimentos das vítimas, Andrea Pochmann disse que os homens encapuzados, que estavam num caminhonete Hillux e em outro veiculo (provavelmente uma Pajero), portavam espingardas de grosso calibre (.12), pistolas e revolveres. Os desconhecidos teriam dito que eram policiais. Também teriam iniciado os disparos assim que chegaram à áreas. ‘Eles ordenaram que deitassem não chão e não olhassem para cima. As pessoas foram agredidas com coronhadas e chutes na cabeça. Além disso, os agressores atiraram contra aquelas pessoas que saíram correndo, tentando fugir”, disse a policial, explicando que as características da ação informadas pelas vitimas demonstram que a intenção dos homens encapuzados e fortemente armados não era apenas amedrontar os ocupantes da propriedade rural.Ontem, um dos feridos no ataque aos quilombolas, Gustavo Santos, recebeu alta no Hospital Regional de Janaúba. Ele foi atingido com um tiro na barriga. Continua internado na Santa Casa de Montes Claros José Soares Mendes, o Zé Gato, que é vereador em Verdelândia pelo DEM e também foi baleado durante à ação violenta. O vereador não corre risco e também será ouvido pela delegada Andréa Pochmann.A Fazenda Torta, que motiva disputa entre remanescentes de escravos e fazendeiros, faz parte da antiga fazenda Morro Preto (total de 12 mil hectares), que pertenceu ao falecido empresário e político Aquiles Diniz, de Belo Horizonte. Ontem, a delegacia regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas informou que uma área de 1,8 mil hectares do imóvel será objeto de ação de desapropriação a ser ajuizada pelo órgão dentro dos próximos 15 dias.Hoje em Dia - Polícia caça autores de ataques a sem-terra no Norte de Minas – Gabriela Sales – Policiais da Delegacia de Meio Ambiente e Conflitos Agrários estiveram ontem em Verdelândia, no Norte de Minas, á procura do fazendeiro João Fábio Dias, suspeito de ter comandado uma série de atos de violência contra sem-terra no assentamento das comunidades quilombola Boa-Vistinha e Limeira, no domingo.Um dos principais suspeitos do crime e dono da fazenda Morro Preto, Dias deixou o local após o atentado. Desde ontem, equipes da delegacia faziam buscas na região. “Por enquanto nenhum dos suspeitos de participar do crime foi localizado”, explicou ontem a delegada responsável pelo caso, Andrea Pochmanm.O fazendeiro teria comandado um grupo de 12 homens encapuzados e fortemente armados que rendeu os sem-terra e praticou violências e furtos contra os quilombolas. Dezoito pessoas ficaram feridas, três delas baleadas. Segundo a delegada, a região é conhecida pelos conflitos decorrentes dos direito à terra pelos quilombos.Em nota, o Incra informou que as comunidades Boa-Vistinha e Limeira, que possuem certificação da Fundação Palmares, não tiveram os trabalhos de regularização das terras iniciados pelo órgão.A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa pretende realizar uma audiência pública sobre os atentados no Norte de Minas. A região registra vários conflitos em áreas quilombolas entre Varzelândia, Verdelândia e São João da Ponte. (...)O Tempo - Quilombolas vêm a Belo Horizonte para pedir reforço em segurança - Reunião será realizada na manhã desta quarta-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais - Bruna Carmona - Integrantes de comunidades quilombolas das cidades de Verdelândia e Varzelândia, no Norte do Estado, virão a Belo Horizonte para participar de uma audiência nesta quarta-feira (22), na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Willian Santos, 17 pessoas devem vir à capital para pedir a atuação mais potente da polícia e do poder judiciário na segurança das comunidades quilombolas. Ainda de acordo com Santos, algumas delas devem passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.Na reunião desta quarta-feira, além dos quilombolas, estarão presentes representantes do Ministério Público, da Comissão Pastoral da Terra, do governo federal e de entidades ligadas à proteção dos Direitos Humanos.Segundo Willian Santos, durante o encontro será exigida a criação de uma força tarefa na região e a atuação do Ministério Público para denunciar os suspeitos de realizar os ataques às comunidades.´Precisamos tomar uma posição, senão, em breve, teremos outra Felisburgo´, disse o presidente da comissão da OAB, em referência à chacina de Felisburgo, ocorrida há nove anos na cidade do Vale do Jequitinhonha. Em outubro do ano passado o fazendeiro Adriano Chafik foi condenado a 115 anos de prisão pela morte de cinco integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), além de tentativa de homicídio contra outros oito membros do acampamento.Os casosEm Varzelândia, no Norte de Minas, o prefeito Felisberto Rodrigues Neto (PSB) é suspeito de tentar matar o líder da Comunidade Quilombola Brejo dos Crioulos, José Carlos de Oliveira Neto, conhecido como “Véio”. Segundo Willian Santos, o crime aconteceu depois que o grupo conseguiu, junto à Presidência da República, o Decreto de Delimitação da Área Quilombola, tornando-se proprietário de uma região que inclui a fazenda do político.Em Verdelândia, também no Norte do Estado, dois homens foram baleados e outras nove pessoas ficaram feridas durante um tiroteio em uma fazenda onde havia 40 pessoas acampadas. O filho do dono da propriedade é suspeito de atirar contra o grupo.
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