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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Maranhão: a bola da vez Isaias Caldeira No campeonato nacional de hipocrisia, os críticos da família Sarney disputam, cabeça a cabeça, quem atravessará a linha do absurdo à frente, com as apostas naquele que tiver o nariz mais comprido, à semelhança de pinóquio. Senhores cronistas políticos, tomem tenência, ninguém, em perfeita sanidade mental, deixa o poder por vontade própria, e é natural o desejo de perpetuação no centro político-administrativo. O grupo do ex-presidente FHC tinha planos de 20 anos de PSDB no poder. O PT, a face um pouco mais à esquerda do PSDB, também alimenta os mesmos sonhos, e parece que caminha para os 16 anos, com pretensão de atingir a meta sonhada do antecessor. Em São Paulo, de Covas até Alkmim, o mesmo grupo já domina a política há 20 anos. Por que essa birra com a família Sarney? Ah, eles são nordestinos e então são todos corruptos! Como se o sul maravilha não estivesse no comando do País desde que isto aqui virou Brasil. Como se no sul, de Minas para baixo, não fosse do mesmo jeito. Nas terras Gerais, o PSDB já atingiu a maioridade no poder. As mesmas pessoas ditam os destinos do Estado. Não vejo críticas sobre isso. O sobrenome Sarney não implica domínio de uma família, mas de um grupo político. Poderia ser a família Neves, Alkmim, Serra. Nunca estão sozinhos, mas agrupados politicamente, onde aquele de maior prestígio lidera, sempre atento aos interesses dos demais integrantes. É a democracia, com todos os seus dilemas, mas o melhor sistema político conhecido. Sarney, o patriarca, foi essencial na transição democrática, negociando com Tancredo nos bastidores. Foi um presidente da república tolerante, suportando os insultos desrespeitosos de Collor, então caçador de marajás. A imprensa era livre e o processo político teve continuidade, com uma nova Constituição em seu governo. Mas a mídia do sul nunca fala sobre isso. Não sou admirador dos Sarney, mas respeito o José, patriarca, porque sei que na democracia que ele ajudou a construir, as pessoas de lá, do Maranhão, votam neles porque gostam e eles devem ter feito algo de bom para permanecerem no poder por todos esses anos. Quanto aos presídios Maranhenses, eu os enxergo em todas as masmorras nacionais, com presos de norte a sul defecando uns sobre os outros em celas medievais. A violência nesses antros decorre não somente da promiscuidade em que vivem os presos, mas principalmente do domínio dos presídios por organizações criminosas, que fazem ali suas próprias leis, onde a pena capital, por enforcamento, decapitação ou qualquer outro meio cruel, após torturas escabrosas da vítima, é a forma de controle do grupo sobre os demais condenados. Há 15 anos venho afirmando que a matriz do crime é São Paulo, onde o PCC comanda todos os presídios e de lá exporta seus métodos para todo o Brasil, ramificando-se. Até mesmo nas cadeias do interior os detentos são “ batizados” por elementos oriundos de São Paulo e que são presos quando em ações criminosas em outros estados. Sei o que falo. Sou da área e atuo em Vara criminal. O diabo, nestes tempos, é que os pinóquios mentem as verdades que pautam a vida nacional, e escondem seus narizes colossais sob o manto das boas intenções, esta lona do grande circo brasileiro, onde todos querem ser os artistas, quando não passam, em sua maioria, de “mata-cachorros”- o cara que faz a guarda do lado de fora da lona. (Nota da Redação - O autor é Juiz da Vara de Execucões Criminais na Comarca de M. Claros)

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