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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Palpo de aranha Alberto Sena Bisavós, avós e pais desta geração de montesclarinos precisam contar aos bisnetos, netos e filhos que a nossa cidade nem sempre foi assim como é hoje em dia. A cidade cresceu desordenada, virou uma metrópole com ônus e bônus, mais ônus do que bônus, modo irreversível. Bisavós, avós e pais nascidos e criados em Montes Claros precisam contar tudo aos bisnetos, netos e filhos, para que eles possam pelo menos ter uma noção de como era antes, “como éramos felizes e sabíamos”, e possam ajudar na manutenção da qualidade de vida nessa cidade em meio ao turbilhão das transformações operadas da noite para o dia. Eles precisam saber de tudo. Houve tempo em que a tranquilidade era uma marca da cidade; se podia sair às ruas a qualquer hora do dia ou da noite. Havia segurança (pública), mesmo porque “bandidos” não havia, a não ser em importados filmes norte-americanos de Roy Rogers, Rock Lane e Rex Alen, quando eles esburacavam virtualmente a tela dos cines Coronel Ribeiro, São Luís, Ypiranga, Fátima, entre outros inexistentes, com as balas dos seus revólveres cabos de madrepérola. Nessa época, que nem tão longe está, dirão bisavós, avós e pais aos bisnetos, netos e filhos, em Montes Claros só havia artistas. Se Carlos Prates Correa tivesse de fazer um filme, como fez Cabaret Mineiro premiadíssimo, teria que buscar bandidos em outras plagas. Em nossa cidade daquela época o máximo que havia era ladrão de galinha fugidio em “desabalada carreira”. Sem querer tampar o sol com a peneira, é preciso dizer às gerações atuais que de vez em quando acontecia de um esfaquear o outro ou até abater a tiros o desafeto nas zonas boêmias em quantidade na cidade. Houve até mesmo casos de repercussão nacional, como a morte de Olímpio Campos, ex-prefeito de São João da Ponte, assassinado por um pistoleiro – Pirulito era o apelido dele – quando fazia comício em tempo de eleição numa praça da cidade. Fora isso, a cidade era uma beleza. Gente culta praticava a civilidade. Os usos e os costumes eram seguidos. Todos andavam na linha, em composições a vapor ou a óleo da Estrada de Ferro Central do Brasil, cujos trilhos deviam ser resgatados porque não dá para entender o porquê de investir em rodovias quando o perfil do Brasil é para estrada de ferro, devido ao seu descomunal tamanho. Havia naquele tempo oportunidades mil para dedos de prosa no café de Zim Bolão, com Lazinho Pimenta no comando da animação. O café Galo era dos Galo. Havia a Cristal e era chique sentar às mesas de dia para tomar sundae, banana split, vaca preta e vaca amarela. A Praça de Esportes, que tanta polêmica gerou recentemente, era o point. Ali a vida parecia ter mais calor e vigor. Ali aconteceram memoráveis partidas de vôlei, basquete, futebol de salão (hoje futsal) e natação. Para não cometer injustiças, melhor não citar nomes porque muitos craques emergiram dali da Praça de Esportes, onde as peladas da tarde na pista próxima da boate eram uma alegria. A boate vale pelo menos um parágrafo. Nas manhãs de domingo, depois da missa do padre Dudu, na matriz de Nossa Senhora e São José ou do padre Agostinho, na catedral de Nossa Senhora Aparecida, o programa era dançar na boate que de boate nada tinha. Com banda ao vivo, todos suando mais do que tampa de chaleira, era gostoso dançar coladinho. O importante, agora, depois de tudo acontecido para transformar Montes Claros na metrópole de hoje, é dizer aos bisnetos, netos e filhos que eles devem se ocupar com a qualidade de vida da cidade, até “em legítima defesa própria”. Eles herdarão a cidade construída por bisavós, avós e pais. Daqui por diante, eles darão sequência e se cometerem os mesmos erros cometidos por bisavós, avós e pais construirão um mundo inóspito à vida. Urge procurar humanizar a cidade para que os montesclarinos possam usufruir de espaços públicos seguros onde todos poderão viver em paz, com saúde de qualidade garantida pelo SUS e cheios de alegria de viver. É preciso saber observar, ter olhos para enxergar o que foi feito no passado e comparar com o que é feito no presente. O espectro do futuro de Montes Claros, ó bisnetos, netos e filhos está sendo construído agora. Até que se materialize e possa ser visto e apalpado levará algum tempo.

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