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Mensagem: A oratória A oratória é a arte estruturada de falar em público, para informar ou influenciar os ouvintes. Os grandes líderes foram grandes oradores. A primeira coisa que aprendi em meu curso de oratória, na Faculdade de Direito, com o professor Cleiton Rossi, foi a respiração abdominal, que as crianças praticam ao nascer, mas logo esquecem e passam à respiração torácica. Readaptação não muito fácil, mas o importante é saber que a respiração abdominal não cansa o orador. Lembrei-me desse fato ao ler o Prefácio da lavra do ministro Carlos Mário da Silva Velloso (ex-presidente do Supremo Tribunal Federal) que abre o livro “Uma voz no Judiciário” do desembargador Lúcio Urbano Silva Martins. O prefaciador não fala em respiração, mas observa que a oratória nasceu na antiguidade, ou mais precisamente, na Grécia dos tempos homéricos, quinhentos anos antes de nossa Era. Em Atenas a oratória era cultivada, e Aristóteles escreveu “A Arte da Retórica” que serviu e serve de orientação a todos os oradores modernos. Falando em oratória, logo nos vem à mente a figura de Demóstenes, talvez o maior e mais eloquente orador grego. Ele era gago e venceu a sua deficiência para nos provar que “o poeta nasce feito, mas o orador de faz”. Para os cultores do Direito, como acertadamente afirma o prefaciador, o maior orador de todos os tempos foi Cícero, valendo lembrar as suas Verrinas e as Catilinárias. Nós, que vivemos nos bons tempos da aprendizagem obrigatória do Latim, nos lembramos de que tivemos que traduzir Cícero. Para ser bom orador é necessário ser medianamente culto. É doloroso ouvir falar os aventureiros, os políticos despreparados, valendo lembrar as palavras de Lincoln: “É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um tolo do que falar e acabar com a dúvida.” Foram grandes oradores: Hitler, Mussolini e Fidel Castro. John Kennedy, Martim Luther King e Nelson Mandela. Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco e Carlos Lacerda. Jânio Quadros, Gustavo Capanema e Pedro Aleixo. O desembargador Lúcio Urbano Silva Martins, um grande orador, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, publicou o livro “Uma voz no Judiciário” com seus discursos “com o sadio propósito da permanência, além de servir de rumo aos que, também, venham a falar em público.” Ele mandou-me, além do “Uma voz no Judiciário”, dois outros livros de sua autoria, com um cartão pessoal e manuscrito, que muito me desvaneceu, que massageou a vaidade presente em minha formação: “Prezado Dr. Petrônio Braz. Com especial visita, tomo a liberdade de mandar-lhe trabalhos de minha autoria, sinal de apreço a seu talento. Cordialmente, Lucio Urbano”. Pessoas existem que vivem a glorificar os valores materiais da vida, as grandes fortunas; a identificar os homens pelos seus bens materiais. Eça de Queirós em “Prefácio dos «Azulejos» do Conde de Arnoso” sentencia: ´Tudo é efêmero e oco nas sociedades - sobretudo o que nelas mais nos deslumbra. Podes-me tu dizer quem foram, no tempo de Shakespeare, os grandes banqueiros e as formosas mulheres? Onde estão os sacos de ouro deles e o rolar do seu luxo? (...) Mas Shakespeare está realmente tão vivo como quando, no estreito tablado do Globe, ele dependurava a lanterna que devia ser a Lua, triste e amorosamente invocada, alumiando o jardim dos Capuletos. Está vivo de uma vida melhor, porque o seu espírito fulge com um sereno e contínuo esplendor, sem que o perturbem mais as humilhantes misérias da carne!´
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