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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Os tremores, fatos e pesquisas - Em outubro de 2008 no aquífero cárstico na cidade baiana de Lapão ocorreu um evento geológico que causou rachaduras nas ruas, danificou seis casas e alguns abatimentos na zona rural. Em Maio de 2011, um evento mais catastrófico na cidade Lorca na Espanha de magnitude 5,1 (terremoto moderado), 11 pessoas morreram e 300 se feriram. Tanto em Lapão no interior baiano quanto na cidade Lorca na Espanha, levantamento feitos pelos os Mestres em Geoquímica - Doutores em Geociências e Geólogos que estudam a ciência natural - concluíram - que os abalos foram influenciados pela perfuração de poços cada vez mais profundos ao longo de décadas nas regiões baiana e espanhola. Por coincidência a formação geológica de Lapão é o cárstico e na Espanha uma geomorfologia parecida, que não diverge da nossa. Sabemos que em Montes Claros, nem todos concordaram com a esta hipótese, pois, há anos existem tremores na nossa região e não havia extração de água em excesso. Porém, a periodicidade entre um abalo e outro era de anos – hoje são constantes – nesse sentido, é importante salientar que a diferença entre as causas naturais e as induzidas é a velocidade na deflagração dos efeitos resultantes dos processos de dissolução das rochas através dos planos das fraturas abertas. Não sou especialista, mas, qualquer criança e/ou leigos adultos sabem que extração mineral e a captação de água subterrânea que são desenvolvidas sem critérios técnicos adequados e sem planejamento acabam deflagrando processos que induzem acidentes geológicos, tais como subsidências (abatimento) e colapsos do solo e da rocha. – “Sem critérios técnicos, refiro-me a superexploração das águas subterranes e a falta de fiscalização na perfuração dos poços”. Existem outras atividades antrópicas que “podem” estar contribuindo com os fenômenos ocorridos nas estruturas rúptis do cárstico. Por exemplo: as explorações do calcário no entorno da cidade – as mineradoras são muito próxima uma das outras - que “pode” está provocando fadiga na estrutura das cavernas e nos condutos subterrâneos. Outro exemplo, são as empresas Imetame Energia S/A e a Petra Energia S/A . Elas vêm perfurando poços de pesquisas para subsidiar a exploração futura de gás natural na região, ou seja, confirmar a estrutura geológica e a identificação de gás – os poços têm a profundidade de 1000 a 3.000 metros, durante os teste envolve o bombeamento de água pressurizada para dentro das fissuras e condutos das rochas - não obstante suposições, “nada está confirmado” se ambas atividades estão ligadas a possíveis influências nos abalos, quando são realizadas próximas a cidade de Montes Claros. Diante das duvidas. Se não existe prospecção para os estudos, temos uma Fundação de Amparo à Pesquisa - Fapemig que pode lançar um edital induzido com uma contrapartida da Prefeitura, os estudos deverão envolver geólogos, hidrogeólogos, professores e alunos da UFMG, Unimontes e outras universidades. O objetivo seria realizar uma analise sobre o fenômeno, especialmente nos aspectos geológico e estrutural e lucidar as possíveis causas dos tremores. Não entendo muito desses convênios de pesquisas. Contudo, o Prefeito Ruy Borges Muniz é professor e tem a expertise na área, saberá realizar (junto com os técnicos envolvidos) uma pesquisa bibliográfica de trabalhos desenvolvidos na região visando subsidiar os trabalhos dos pesquisadores. Concluindo: tenho a certeza que os estudos irão identificar as possíveis causas do fenômeno, isento de qualquer paradigma, e a partir dos dados disponíveis, construir uma hipótese coerente com os fatos observados. Outros abalos virão. Tem que acelerar todos os processos intrínsecos ao futuro estudo. Em tempo: Quero agradecer ao ilustre e renomado escritor Petrônio Braz pela citação do meu nome na sua mensagem postada neste site. (*) José Ponciano Neto é Tec. Meio ambiente

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