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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Clima de enterro Waldyr Senna Batista O orçamento da Prefeitura para este ano, que do ponto de vista fiscal já terminou, previa receita de R$ 663 milhões, cifra que não foi alcançada, embora os números oficiais ainda não tenham sido divulgados. O do próximo exercício, aprovado pelo Legislativo nesta semana, estima em R$ 715 milhões a arrecadação, mas isso não significa rigorosamente nada, pois o dinheiro a ser arrecadado tem destinação definida. É o chamado “dinheiro carimbado”. Neste ano, para se ter ideia, apenas os cinco maiores setores consumiram 71,95% de toda a arrecadação: Saúde, R$ 224 milhões (33,85%); Educação, R$ 110 milhões (16,67%); Obras, R$ 85 milhões; Prevmoc, R$ 29 milhões (4,38%); e Serviços Urbanos, R$ 27 milhões (4,17%). Os demais, com percentuais inferiores, fizeram com que a Prefeitura só tenha tido R$ 59 milhões (9%) para gastos não contingenciados, o que representa quase nada para uma cidade do porte de Montes Claros. O prefeito eleito Ruy Muniz já tem ciência dessa limitação, razão pela qual decidiu atacar o problema via redução de gastos. Ele anunciou reforma administrativa que reduzirá o número de secretarias, e órgãos equivalentes, de 23 para 10, que serão: Saúde/ Educação/ Desenvolvimento Social/Finanças/ Infraestrutura/ Administração/ Administração Regional e Política/ Planejamento e Gestão/ Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/ Esportes, Cultura e Juventude/ Controladoria Geral. Seu desejo era ficar com apenas sete secretarias, mas, cedendo a apelos, fixou-se em dez. Esse corte possibilitará economia de R$ 8 milhões por mês, só com folha de pagamento, que atualmente consome R$ 18 milhões. Diz o prefeito eleito que a economia poderá vir a ser ainda maior, mediante a racionalização da gestão: a exigência do ponto eletrônico e da prestação de serviço nos setores de origem dos servidores, provocarão o afastamento voluntário de centenas de funcionários, sem o desgaste de demissões: quem não estiver trabalhando terá o ponto cortado e acabará pedindo para sair. Esse processo já foi tentado em outras administrações, sem êxito. Mas o novo prefeito afirma que nada o demoverá, porque não se submeterá a interesses eleitoreiros. E revela, sem citar nomes, episódio ocorrido em reunião de que participava e de que se ausentou ligeiramente. Ao retornar, surpreendeu um vereador dizendo que “se não acertar conosco antes, não tem acordo”. Sua resposta foi de que se recusa a esse tipo de ajuste, que é uma das fontes que alimentam o empreguismo na Prefeitura. Com ele não haverá “acordo”, assegura. Na última quarta-feira, o prefeito Ruy Muniz falou durante três horas a empresários da ACI ( Associação Comercial e Industrial). Deu notícia de contatos que realizou em Brasília e Belo Horizonte a cata de verbas orçamentárias para a cidade e a região. Conseguiu alguma coisa, mas confessou ser insuficiente para resolver problemas de Montes Claros, que exigem muito mais. Ele disse ter chegado à conclusão de que dinheiro há em vários setores da administração estadual e federal, mas a liberação depende de projetos bem elaborados. Entretanto, não se mostra preocupado, demonstrando amplo conhecimento da situação e reafirmando as promessas que fez durante a campanha. A certa altura de sua palestra, fez referência ao “clima de enterro na Prefeitura”, onde predomina certa desarticulação: o transporte escolar está errado, apesar de contar com recursos; a merenda escolar devolveu dinheiro ao Governo, “porque a Prefeitura não se organizou”; o funcionamento do restaurante popular é precário. E concluiu reafirmando que, na sua administração, quem trabalhar vai ser mantido: “A atividade- meio vai murchar, enquanto a atividade-fim vai se expandir”. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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