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Mensagem: Invernou. Para nós, sertanejos, esta é uma palavra mágica, porque transcende a etimologia e verbera um sentimento bom, de alegria e renascimento. Afinal, passamos,em regra, 6 meses de seca olhando o céu e buscando advinhar o clima vindouro. Nisto vale a observação de pássaros, insetos e experiências várias, incluindo a de Sao João, como oráculos do que nos aguarda entre setembro e abril de cada ano. Este ano todas as previsões, incluindo as da ciência, afirmavam chuvas desde setembro. Não aconteceram. Seria em meados de outubro, vaticinou a meteorologia. Errou. A gente tenso porque outubro decepcionou. De novembro não passará, apontaram os expert meteorológicos - seria tanta chuva que peixes chamariam bombeiros em socorro! De novo, não aconteceu. Somente agora, no finalzinho do mês, o chão voltou a molhar e enfim os lírios do campo germinaram com sua beleza impar, aquela que nem Salomão, com todo seu poder e glória, jamais vestira igual, conforme afirmou o Salvador. Mas não é, ainda, aquele inverno geral, e muitas regiões ainda sofrem com a seca, com prejuízos enormes nas lavouras plantadas e nas pastagens, com o sofrimento e morte dos animais e tristeza dos homens. Mas ainda há tempo para mudanças climáticas e nada obsta que o inverno chegue de vez e que até possa acontecer novo milagre, como em 1978/1979, onde tivemos 46 dias ininterruptos de chuvas. Dia e noite. Lembro-me que começou no final de dezembro de 1978, terminando em fevereiro de 79. Um dilúvio! Sinceramente, que venha um tempo assim, ninguém vai construir uma barca para sua salvação e dos seus, porque não será castigo Divino, mas bênçãos recaindo sobre nós, sertanejos, porque nosso flagelo sempre foi a seca, não as chuvas. Que venham em abundância e encharquem os campos, transbordando os rios e lagos. Aqui a água será vida, nunca a morte!

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