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Mensagem: SOBRADO HISTÓRICO CORRE O RISCO DE DESABAMENTO. Um Sobrado no Centro Histórico de Montes Claros (MG) corre o risco de desabar e tem preocupado transeuntes e visitantes do Centro Cultural. O sobrado Histórico situado na Praça Dr. Chaves nº 18 ao lado do Centro Cultural – residência onde moraram várias personalidades de Montes Claros, dentre eles; Padre Paulo Antônio (capelão do Arraial de Formigas – o Sr. Hildebrando Mendes (fundador da primeira telefônica de Montes Claros) e a Dona Carlota Augusta (Sá Toró). Além da visível “flambagem” na coluna (madeira), possivelmente comprometendo a segurança e integridade do imóvel – várias trincas pelo casarão são avistadas. Os casarões fazem parte da cultura e identidade de Montes Claros, uma das cidades mais antiga do norte de minas. A população espera que possam preservar o que ainda existe e recuperar o que foi perdido. Afinal de contas é um patrimônio da cidade de Montes Claros – cidade que vive de seu patrimônio histórico. XII – V – MMXXV (*) José Ponciano Neto é Escritor, Historiador da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas (AMALEN) e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros (IHGMC) – colunista literário (colaborador) do site montesclaros.com e colaborador do Novo Jornal de Notícias. *** Nota da Redação: De acordo com o historiador Hermes de Paula, em sua obra Montes Claros: sua história, sua gente e seus costumes, republicada em 1979, o sobrado posteriormente conhecido como ´Sobrado de Hildebrando Mendes´ foi residência do primeiro vigário da Matriz de Montes Claros, o padre Paulo Antônio Barbosa, juntamente com sua esposa e 8 filhos. Hermes de Paula destaca que, no período colonial, era comum que padres seculares (isto é, não pertencentes a ordens religiosas) fossem casados e tivessem filhos, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, como o norte de Minas Gerais. Esse contexto social e religioso permitia que clérigos desempenhassem funções sacerdotais mesmo mantendo famílias, prática que só foi rigidamente combatida com a chegada de reformas eclesiásticas mais severas no século XIX. O sobrado em questão, localizado no centro histórico de Montes Claros, é citado por Hermes de Paula como um dos imóveis mais antigos da cidade, tendo abrigado figuras importantes da história local. A residência do padre Paulo Barbosa nesse local reforça a relevância do imóvel na formação do núcleo urbano da cidade e na consolidação da paróquia matriz. Portanto, segundo Hermes de Paula, o padre Paulo Antônio Barbosa foi o primeiro vigário da Matriz de Montes Claros e residiu com sua família no sobrado que mais tarde ficou conhecido como ´Sobrado de Hildebrando Mendes´, contribuindo significativamente para a história religiosa e social da cidade. A família originária do primeiro vigário tem numerosos e identificados descendentes em M. Claros até os dias de hoje. O prédio, embora necessitando de conservação, é um dos mais representativos da história da cidade e está intrinsecamente ligado ao marco zero da civilização local, que ultrapassou o terceiro centenário e vai comemorar 200 de cidade autonoma, independente, dentro de 7 anos, em 2032. *** Antônio Gonçalves Chaves (1803–1877), conhecido como Padre Chaves, foi uma figura central na história de Montes Claros e do norte de Minas Gerais no século XIX. Nascido em Minas Novas, ele se estabeleceu na então Vila de Formigas (atual Montes Claros), onde assumiu o cargo de segundo vigário da freguesia em 1834, permanecendo por mais de 40 anos. Sua atuação transcendeu o âmbito religioso, destacando-se também na política local, como um dos governantes mais longevos e de maior influência na vida da cidade. Apesar de sua posição eclesiástica, Padre Chaves manteve uma união com Maria Florência de Sá Assunção, com quem teve dez filhos, incluindo Antônio Gonçalves Chaves Júnior, que mais tarde se tornaria senador e presidente das províncias de Santa Catarina e Minas Gerais. Essa convivência familiar era relativamente comum entre clérigos seculares da época, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros urbanos. Na esfera política, Padre Chaves foi uma liderança proeminente do Partido Liberal em Montes Claros. Ele ocupou cargos como vereador (1836), presidente da Câmara Municipal por 12 anos (1840–1853) e deputado provincial em diversas legislaturas. Além disso, Padre Chaves foi um dos fundadores da Santa Casa de Montes Claros em 1871, instituição que desempenha um papel crucial na assistência médica da cidade. Sua residência ficava onde hoje a Praça Doutor Chaves, em homenagem ao seu filho mais ilustre, comunica-se com a rua Joaquim Nabuco e atual Bairro Todos os Santos. São descendentes do Cônego Chaves o poeta e seresteiro Joao Chaves e seu irmão, o jornalista Hermenegildo Chaves, o Monzeca, um dos mais destacados de Minas em todos os tempos, padrão de excelência e respeitabilidade.
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