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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 30 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Leio aqui em BH, hoje, excelente artigo sobre a calamidade que é a poluição sonora atirada sobre a indefesa população de nossas cidades (como M. Claros), atingindo praticamente todos os lugares. A tecnologia vem facilitando a vida de todos, mas pessoas inescrupulosas, inclinadas à delinquência, utilizam desses recursos tecnológicos para infernizar a vida dos outros, muitas vezes contando com a complacência criminosa dos políticos, que só pensam no voto a qualquer custo. Menciono que o problema se agrava a cada dia, uma vez que minúsculos aparelhos tem potência sonora quase ilimitada, funcionando como armas modernas contra a saúde geral. Quando os políticos de ocasião acordarão para este grave problema, que já não diz respeito aos direitos individuais, mas, repito, à saúde da população? Vamos ao artigo esclarecedor: ´Poluição sonora não é música Jornal Hoje em Dia - José Carlos Buzelin A decisão do prefeito Marcio Lacerda, vetando na íntegra a Proposição de Lei 78/75 do vereador Leonardo Mattos (PV), que proibe a execução de música do lado de fora dos bares e restaurantes – com a devida vênia –, pouco ou nada contribui para o desenvolvimento cultural e artístico do povo, conforme considera Sua Excelência. Através de oportuna moção, o parlamentar procura regulamentar as atividades de tais estabelecimentos, impedindo que, pela noite e madrugada adentro, o privilégio seja de boêmios, com prejuízos ao descanso da sociedade que trabalha, produz e também paga impostos. Apenas limita tempo e decibéis, jamais proibindo o lazer em questão. Ao que parece, em BH, não são observados códigos de postura, ética, enfim, de urbanidade. Para tanto, bastaria andar pelos logradouros revitalizados a elevados custos, e constatar a sua exploração de maneira indevida e indesejável. É o que se vê na Praça Sete, centro cívico da Capital, degradada física e socialmente. Mas, inúmeros são os locais assolados pela poluição sonora. É o caso dos quarteirões que circundam a Praça Raul Soares, outrora cartão postal, hoje reduto de prostituição pública e delinquência, ocupada inclusive por infelizes moradores de rua que a transformaram num sanitário a céu aberto, onde sobrevivem na mais indigna condição. À noite, a baderna. Bares que ocupam as calçadas, com pessoas conversando em voz alta, gargalhando, proferindo palavrões e brigando. Para piorar, a musiquinha de baixa categoria é capaz de enfartar os que buscam, no sono, manutenção e recuperação da saúde e energias para o trabalho. Velhos e crianças não são poupados. Nem mesmo lhes têm sido possível abrir janelas, diante do avassalador clima desértico que predomina em Minas Gerais. Neste espaço, tenho defendido, há quase 30 anos, a música como algo que eleva a alma, o espírito; que embala e, sobretudo, educa e acultura um povo. Mas, o que se ouve pelos bares, com raríssimas exceções, não passa de aberração, em meio à falatoria e cantoria, em que o mau gosto é sublinhado pela desafinação e a total falta de percepção musical. Como se não bastasse, até o Minascentro não poupa os moradores da região, aos sábados, domingos e feriados, da manhã à noite, ecoando amplamente sons perturbadores. Esta é a nossa cidade, longe de ser a melhor do Brasil, conhecendo como conheço todo este país. Suja, pichada, esburacada, cuja população produtiva se vê obrigada a perder seu sossego, em prol dos que promovem o barulho e a desordem. Nem alguns hotéis centrais escapam. Imagino a impressão dos hóspedes, em geral pessoas que vêm tratar de negócios, estudar ou a turismo. Possivelmente aqui jamais retornarão, divulgando impressões comprometedoras... É possível que o senhor prefeito não tenha sofrido os efeitos causados pela poluição sonora dos bares no recesso do seu lar, assim como outras pessoas que desfrutem do privilégio de residir em bairros menos atingidos por estabelecimentos congêneres. Valeria, pois, que diálogos se estabelecessem entre os representantes do povo, líderes de bairros e o chefe do Executivo Municipal, visando melhor definição para o assunto. Afinal, é axioma democrático a ser observado: “o direito de um termina onde começa o direito do outro”. A esperança está no voto. As eleições estão próximas e precisamos pensar no nosso futuro e no de nossos descendentes. BH cognominada “Cidade Vergel” pelo insigne poeta Coelho Netto, certamente retomará o estado de direito de autêntica “civitas”.´ Carlos Buzelin é crítico de música do jornal Hoje em Dia

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