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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 30 de outubro de 2024
 

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Mensagem: TRISTE ADEUS... Ela atravessou comigo todos os caminhos. Bebemos juntas todos os cálices de dor. Tivemos uma juventude de risos e flores. Tudo que conto sobre minha vida, ela sempre está presente. Foi a amiga mais companheira. Mais que amiga, uma irmã. Todo caminho tem um fim. Toda noite é seguida de aurora. Toda partida tem uma chegada. E toda chegada implica uma despedida. Todos os momentos de alegria e de dor terminam um dia. Tudo na vida é como as mandalas que os budistas desenham na areia. E, depois de feitas, tão lindas, eles as desmancham para se lembrarem que tudo um dia termina... Agora, ela partiu. E eu fiquei assim: mais pobre, mais só, mais triste. Mas, aliviada e feliz porque seu sofrimento acabou. Lila, minha irmã, mãe de leite de meus dois filhos, companheira de tantos natais e tantos carnavais, fã como eu das músicas de Roberto Carlos, Miltinho, Altemar Dutra e de tantos boleros que embalaram nossas vidas!... Tudo lembranças, felicidade que o vento e o tempo levaram de mim... Cinzas, apenas cinzas... A boate da Praça de Esportes, o Clube Montes Claros, a piscina do Max-Mim, os réveillons, no Automóvel Clube, as fogueiras de São Pedro, no Pentáurea, as nossas horas-dançantes, os nossos namorados, depois noivos e maridos, os passeios com nossos filhos-crianças, tudo hoje só vive nas lembranças e na saudade... Nós, em Ouro Branco, em eternas conversas, que atravessavam as madrugadas e preparando festas de aniversário das crianças... em Congonhas, São João Del Rei, tantos passeios...– Aliás, fico a lembrar-me da música “Lembranças”, de Benil Santos e Raul Sampaio, que, tantas vezes, ouvimos nosso querido amigo, Magnus Medeiros, cantar: ”Lembro um sorriso, lembro a saudade... Para o meu mal, lembro, afinal, um triste adeus. Onde está teu sorriso?... Eu devia sorrir, eu devia, para meu padecer ocultar, mas, diante de tanta lembrança, me ponho a chorar”. O sorriso era o que mais a caracterizava. Seus belos dentes e seu lindo cabelo. Até diante da dor, ela sempre sorria. E é esta a mais doce lembrança que eu quero guardar. Queria tanto poder descrever toda a sua riqueza interior e a beleza de nossas vidas, mas as palavras me faltam e a saudade me sufoca!... Um dia, com certeza, haveremos de nos re-encontrar e vamos rir de tudo até desta minha saudade e deste lamento besta!... E você haverá de repetir: “Ah, Lu, que tolice! Pensou, acaso, que eu te deixaria?”. E onde quer que esteja, eu sei, que nossa amizade será eterna como o Amor d’Aquele que nos criou e nos colocou juntas no mesmo caminho!... Até mais, minha irmã! Maria Luiza Silveira Teles (membro da Academia Montesclarense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros)

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