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Mensagem: Dizia-se que ´cada roca tem seu fuso e cada terra com seu uso´.No caso cada época com seu uso. Lembro-me lá pelo final da década de 40 até o surgimento da TV em 54, o grande uso que se fazia do rádio era um costume.A rádio Nacional ganhava de longe a audição do povo de Montes Claros. Vez por outra a rádio Mairynk Veiga que vinha em 2º lugar. A minha mãe tinha o hábito de ouvir rádio enquanto fazia suas costuras. Com o surgimento da ZYD-7 em Montes Claros, esta caiu no gosto da população. Ouvir rádio, então era um hábito natural, assim como se vê TV hoje.Eu fazia o que a rapaziada da minha época fazia: acompanhar os seriados nos cinemas S.Luiz e Cel.Ribeiro, conforme a aceitação do seriado pela turma. Tinha que ter pipoca num saquinho de forma cônica e artesanal. No Cel. Ribeiro havia uma troca ou mesmo comércio de revistas em quadrinhos. Havia, claro uma iniciação à paquera nessas sessões de cinema. Ali era onde se pegava na mão da namorada, depois de muitas tentativas. Mas voltando à ZYD-7, assistir aos programas de auditório era uma delícia. Guardadas as proporções, era como se fosse o auditório da Rádio Nacional do Rio, um ´hit´. Por vezes aparecia o ´cantor´ Manoel Quatrocentos para nossa alegria. Era sempre gongado. Se o candidato a um prêmio de valor irrisório saisse do tom, era uma vaia homérica, mas havia a compensação de um João Leopoldo, Nivaldo Maciel e outros ´cobras´ e de algumas moças da nossa sociedade que cantavam muito bem. Foi uma época que era a característica da cidade e que nos deixam tão saudosos pelo ´modus vivendi´ e de tanta simplicidade. Não poderia deixar de citar o nosso ´point´ das tardes que era a Praça de Esportes. A gente chegava e se dirigia ao ´seu´ Marino, depois ´seu´ Pimenta que eram sargentos da PMMG especializados em educação física ou ao Sabu, treinador de natação. Treinávamos 1000 a 2.000m por tarde, numa piscina de 25m x 12,5m. Tudo conforme a aproximação de alguma disputa no estado de Minas. Haviam uns rapazes que eram excelentes como o Gilberto Lafetá que quebrou um recorde brasileiro. O irmão dele o Leônidas Lafetá. Os irmãos José Gilberto Veloso, Marco Antonio e Pedrinho. Geoválcio Maurício, Reinine Canela, Haroldo Filpo, Dárcio, Geraldo ´Barata´dos Anjos, Hiram de Paula, Eldan Veloso e tantos outros que encheria a página. Eu também dava minhas braçadas. Era uma turma saudável, sadia. Vendiam saúde. As meninas nadavam em horários especiais e não participavam. Exceção para a Maria ´Fumaça´. Deus me perdõe, mas nunca soube o nome real dela. Este é um apanhado geral de uma época da cidade que tantas saudades nos dá.

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