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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 30 de outubro de 2024
 

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Mensagem: A sorte está lançada Manoel Hygino - Hoje em Dia Não desejava voltar a comentar problemas da política e da administração pública, por motivos que os brasileiros conhecem e sentem. Os cidadãos dignos deste país (que o jornalista Eduardo Almeida Reis classifica de grande e bobo) repudiam o estado a que chegamos, uma barafunda que depõe contra nossos foros de civilidade e patriotismo. Na verdade, o povo, que sente na pele e no estômago os erros e falcatruas (os malfeitos, se quiserem este substantivo, no plural), não alimenta benévolas expectativas sobre seu futuro. Os escândalos que abalam a nação demonstram à suficiência, para onde e para quem foram os vultosíssimos recursos subtraídos do orçamento. Os nomes dos beneficiários pelo logro, para não dizer crime, se tornaram conhecidos porque a imprensa não os omite. O brasileiro não os perdoa, indigna-se e exige punições à altura dos danos causados à nação por falsos mensageiros do bem, da paz e do progresso. Para o contribuinte anônimo mas consciente, são pessoas que deveriam estar na cadeia, como os indivíduos que praticam ilícitos penais estabelecidos na legislação específica. Se tudo o que se desfalcou no país fosse devolvido, em termos de dinheiro e patrimônio, somando-se juros, multas e correção monetária, não se precisaria evidentemente dos cortes orçamentários que os ministros da área econômica propuseram. Os poderes da República não têm como impedir redução de verbas, porque não há outro caminho ou proposta a seguir, para evitar a bancarrota. Vive a nação um dos piores períodos de sua história nem sempre tranquila, como se desejaria e se poderia. Em meado de ano, não se sabe o que será o segundo semestre, senão pela projeção de dados e previsões nem sempre confiáveis. Em meio a tudo, a certeza única de que a segunda metade de 2015 será mais difícil. Um ministro da presidente declarou: “Vão ocorrer várias reclamações sobre paralisação de obras. Pararam, sim. Não há cortina de fumaça e não posso esconder o que está acontecendo”. O Ministério da Saúde teve seu orçamento reduzido em R$ 103,2 bilhões, o segundo maior corte entre todas as pastas. Quem tem coração forte para sofrer as consequências saberá do desfecho. A morte pode bater à porta de inúmeros lares. O desenlace seria mais suave se as autoridades se conscientizassem de seu papel na sociedade cristã ou solidária em que nos encontramos. Seria menos penoso para a população, se se diminuísse o número de ministérios e, não só eles; que se extinguissem as mordomias, com gabinetes, secretarias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos, carros, motoristas, 14º e 15º salários nos três poderes da República. E há muito mais a se fazer com idêntico objetivo. Já nem falo em criminalizar o enriquecimento ilícito com maior velocidade – evidentemente sem objetivo persecutório, mas confiscando os bens dos que construíram fortunas e adquiriram patrimônios de forma indevida, tudo rigorosamente dentro da lei, não acorrentada a expedientes protelatórios sobremaneira conhecidos.

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