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Mensagem: Palavra da autora Por que escrever um livro sobre Antônio Lafetá Rebello? Os motivos são muitos. Entre eles o fato de que não há, na cidade em que ele foi prefeito e que verdadeiramente amou, nenhuma referência à sua memória. Nas muitas obras que realizou, as quais não costumava colocar placas, estão afixados os tempos em que importavam mais aos políticos executar que propagar. Toninho Rebello, como era conhecido, não foi político, no sentido que hoje se entende pelo termo - e essa característica o afasta daqueles que insistem em vincular seu nome a qualquer grupo político. Ele foi um grande administrador e, indiscutivelmente, foi apaixonado por sua terra natal. Sua época não foi o da propaganda, cujo troar causa mais estardalhaço que as obras que pretende anunciar. Era comum vê-lo sentado na mureta da antiga Caixa Econômica Estadual, na rua Dr. Santos, cercado de amigos, usando confortáveis calças de tergal e camisas de manga curta, sempre por fora das calças. Foi um homem simples, bom, leal a seus princípios. Era inquieto, obstinado e empreendedor. Muitas coisas se falam sobre ele. E nem todas são verdadeiras. Este livro surgiu de uma admiração mútua: minha e do jornalista e escritor Jorge Silveira, a quem muito respeito pela coragem; pelo exercício do jornalismo seno, inteligente, e por seu zelo a Montes Claros. A ele, como grande jornalista que é, coube a parte mais densa deste livro: aquela que testemunha o político, o prefeito, o ideólogo. A mim, coube o retrato do homem de família, que, entre outras coisas, recobra lembranças de um menino comum, que corria nas ruas de Montes Claros. Sua vida pessoal não o diferencia de tantos que fizeram a história da cidade; cresceu, casou-se, teve filhos e netos. Mas também nessa vida íntima ele se pautou pela conduta íntegra e severa. Durante minha vida, ouvi inverdades a respeito de Toninho Rebello. E ainda as ouço. Aceitei o convite de Jorge Silveira por duas razões: porque conheço sua inteligência e competência como jornalista, em todos os aspectos que engrandece essa tão nobre profissão, e porque precisava, como professora, sobrinha e montes-clarense, deixar escrito um testemunho à minha cidade. Confesso que senti dificuldades, pois Antônio Lafetá Rebello foi um homem discreto ao extremo e bastante exigente com seus filhos. Tive receio de invadir uma casa tão serena que tão bem soube se resguardar da luz e da lama que costumavam resvalar da cena política. Agradeço a todos que me abriram suas casas, seus corações e suas memórias. Este livro não pretende idealizar Toninho Rebello. Seu objetivo é apenas contar uma história. Uma história que a cidade de Montes Claros merece conhecer. (Extraído do livro ´Toninho Rebello, o Homem e o Político´, de Ivana Rebello e Jorge Silveira, a ser lançado na noite de 25 de fevereiro, no Parque de Exposições, em M. Claros)
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