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Mensagem: A MORTE NÃO PODE ESPERAR... Mais uma despedida... Sabemos que nossa vida no planeta é provisória. Viemos aqui, provavelmente, para aprender. Principalmente, aprender a amar. Acredito que o homem tem duas asas: a asa do conhecimento e a asa do amor, que implica, também, a ética. Entretanto, poucos de nós desenvolvem, com equilíbrio, essas duas asas. Meu amigo, Haroldo Lívio, que partiu no primeiro dia do novo ano, era um homem que soube desenvolver ambas. Haroldo, meu companheiro de Academia e do Instituto Histórico, era, talvez, um dos maiores intelectuais de nossos tempos, por esses rincões. E sua simplicidade, sua humildade, era do tamanho de sua grandeza intelectual e moral. Estar perto dele, usufruir de seu rico cabedal de conhecimentos era sempre uma fonte de enriquecimento. Ah, meu amigo, como vou sentir sua falta!... Em qualquer acontecimento social ele estava sempre acompanhado de sua bela esposa, Maria do Carmo, ou Duca para os íntimos. Eram companheiros formidáveis, sempre cheios de alegria e bom-humor! Era, também, como sei, um excelente pai de família. Portanto, além de intelectual respeitado, um homem reto, de princípios morais sólidos. Deixa para a posteridade um rico acervo cultural e um exemplo de integridade, honestidade, bondade, cavalheirismo. Constatar o quanto era querido bastava ver quantos o cercavam no Café Galo e, hoje, a multidão que lotou o seu velório e seu enterro. A despedia foi para todos que o amavam um momento único de grande emoção. Foi-se o homem, fica a sua herança e as marcas profundas que deixou na cidade de Montes Claros e, quiçá, em todo o norte de Minas. Feliz da criatura, como ele, que pode apresentar-se, sem mácula, diante do Pai-Criador. Há muito, desde a morte de seu irmão, Fernando, que estava prometendo a mim mesma visitá-lo. Mas, por uma série de motivos, principalmente de saúde, fui adiando a visita. E eis que ele se vai sem que eu pudesse, mais uma vez, dar-lhe um abraço e batermos aquele papo tão gostoso. A morte não pode esperar. Ele estava de malas prontas e mal sabia eu!... Perdão, meu amigo! As cadeiras ocupadas por ele, em ambas as instituições citadas acima, serão ocupadas por outros. Eu, porém, hesitaria muito antes de fazê-lo, pois o peso de seu nome implica em grande responsabilidade. Para mim, amigo, você foi único e, portanto, insubstituível. Espero, de todos meu coração, podermos nos encontrar na eternidade, assim como com tantos outros entes queridos! Adeus, amigo! Obrigada por ter feito parte de minha vida! Você pode ter a certeza de ter marcado profundamente a vida de muitos com quem conviveu. Você foi um privilégio! E a lacuna que deixa é, verdadeiramente, dolorosa. Maria Luiza Silveira Teles
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