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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Universitário preso em Montes Claros por fraudar Enem receberia R$ 2 mil - Preso mais um suspeito de fraudar a última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano de 2014. O estudante de direito Vanil Vasconcelos Costa Júnior, de 21 anos, confessou que receberia R$ 2 mil para burlar o teste. O jovem foi detido em Montes Claros, região Norte de Minas, na terça-feira (25), na sede do Ministério Público Federal (MPF), onde fazia estágio. Conforme o delegado Rogério Evangelista, Vanil integrava a parte intelectual da quadrilha presa durante Operação Hemostase II, deflagrada pela Polícia Civil na última segunda-feira (24). ´Ele respondia principalmente questões de geografia e história´, contou o investigador. ´A última participação de Vanil foi em Pontes de Lacerda, no Mato Grosso do Sul. Ele respondeu as questões do Enem e depois repassou para outros integrantes da quadrilha, que transmitiram para os candidatos que fraudavam o exame´, prosseguiu Rogério. Ao ser preso, ele admitiu, também, que tinha participado de fraudes em Fortaleza e Belo Horizonte. Nesses casos, o golpe foi aplicado em instituições que oferecem curso de medicina. ´Vanil falou, ainda, que o dinheiro que receberia pelo último golpe não chegou a ser depositado´, disse o delegado. O universitário está recluso no Presídio de Alvorada, em Montes Claros, à disposição da Justiça. Operação Hemostase II No último domingo (22), candidatos que tentavam fraudar o vestibular de medicina na Faculdade Ciências Médicas foram presos logo após terminarem o processo seletivo da instituição, realizado em Belo Horizonte. Eles são suspeitos de pagar de R$ 70 mil a R$ 200 mil a uma quadrilha especializada em venda de vagas, inclusive no Enem. Onze integrantes do grupo – dentre eles um policial civil lotado em Governador Valadares e dois médicos residentes – também foram detidos. Durante as investigações, em andamento há oito meses, a Polícia Civil conseguiu ter acesso a vários documentos que comprovam a tentativa de fraude, como escutas telefônicas e transações bancárias. Os suspeitos de liderarem a quadrilha foram identificados como Áureo Moura Ferreira, de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e Carlos Roberto Leite Lobo, empresário em Guarujá (SP). Esquema O grupo utilizava um moderno sistema de transmissão de dados, importado da China, além de micropontos eletrônicos que eram colocados na orelha dos candidatos. Superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, o delegado Jeferson Botelho informou que duas pessoas foram contratadas para fazer a prova rapidamente. Com o gabarito em mãos, as respostas eram repassadas aos candidatos. Apesar da tentativa de fraude, o processo seletivo da faculdade Ciências Médicas não sofreu nenhum prejuízo, segundo Marcelo Miranda, e não será cancelado. O resultado das provas deve ser divulgado em 17 de dezembro, conforme previsto. *** Estado de Minas - Estudante de direito integrante de grupo que fraudava Enem é detido em Montes Claros - Jovem, de 21 anos, suspeito de participar do esquema que vendia gabaritos de vestibulares de medicina e do Enem - Luiz Ribeiro - Guilherme Paranaíba - Foi preso nessa terça-feira à tarde, em Montes Claros, na Norte de Minas o estudante de direito Vanil Vasconcelos Costa Junior, de 21 anos, suspeito de integrar a quadrilha que burlava o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares de medicina, vendendo gabaritos para candidatos. Ele é estagiário do Ministério Público Estadual, um dos órgãos envolvidos na operação que desmontou o esquema fraudulento, em parceria com a Polícia Civil. Vanil atuava no esquema como “piloto” – um dos responsáveis por fazer as provas e repassar as questões e respostas para outros integrantes da quadrilha. Como estagiário do MP, estava lotado na Promotoria Pública Especializada de Bacias Hidrográficas em Montes Claros, onde foi detido por policiais civis de BH integrantes da Operação Hemostase II. Mas, não há relação entre o trabalho dele no MP e o esquema fraudulento. De acordo com as investigações, o estudante passou a participar das fraudes a partir da ligação com um médico, que também mora na cidade do Norte de Minas e foi preso domingo, na capital. Conforme a Polícia Civil, neste ano Vanil fez exame de seleção em uma faculdade de medicina de Fortaleza (CE) e na Universidade de Brasília (UnB). O estudante fez também o Enem (para a área de ciências humanas) em Pontes e Lacerda (MS), onde a organização criminosa montou uma base. Vanil teve prisão temporária decretada por cinco dias. Antes de ser levado para o Presídio Regional de Montes Claros, ele prestou depoimento na Delegacia de Plantão, no Centro da cidade. O advogado do universitário, Virgílio Mota, alega que seu cliente fez as provas em “atendimento a um amigo” e nega vínculo com a quadrilha. Não foi revelado quanto Vanil teria recebido para agir como piloto no esquema. INVESTIGAÇÃO Um dos objetivos da Polícia Civil e do MP na sequência da Operação Hemostase II é obter mais detalhes sobre a participação de um policial civil no esquema. Daniel Silva Santa Clara, de 37, é investigador há cerca de quatro anos e está de licença médica. Lotado na Delegacia de Tarumirim, no Vale do Rio Doce, ele responde a pelo menos um processo administrativo na corregedoria da corporação, acusado de furto dentro da cadeia pública da cidade. Fontes ligadas à Operação Hemostase II afirmam que o policial civil apareceu para os investigadores apenas no último domingo, em BH. Na ocasião, a Polícia Civil montou uma campana dentro e fora de uma universidade, no Bairro Buritis, Oeste da capital, onde foram aplicadas provas para a Faculdade de Ciências Médicas de BH. O trabalho terminou com a condução de 33 pessoas à delegacia, 11 das quais ficaram presas, incluindo Daniel. Dos 22 liberados, todos candidatos a uma vaga de medicina na Ciências Médicas, a maioria foi apanhada com pontos eletrônicos e vai responder por fraude em certames de interesse público. “O policial civil atuava como olheiro do grupo. Ele ficava ligado na movimentação da polícia para alertar a quadrilha”, diz uma fonte do inquérito. O delegado Antônio Dutra, responsável pelo inquérito, confirma que Daniel estava dentro de um veículo apreendido com um dos cabeças do grupo, mas não quis dar detalhes. “Ainda vamos apurar a conduta do policial.” O advogado Renaldo Dias da Silva representa Daniel em um processo que tramita na Justiça, relativo ao furto de um aparelho de som em um carro na cadeia de Tarumirim. O defensor diz que o representou em outro caso, de um furto dentro da delegacia da cidade, procedimento no qual Daniel foi inocentado pela Justiça, segundo o advogado.

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