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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O espólio perverso Manoel Hygino - Hoje em Dia O Brasil amanhece com um presidente a tomar posse. Assume em hora delicada, depois de uma campanha política marcada pela excessiva agressividade e ao chegar o partido no poder há 12 anos sendo alvo de acerbas críticas na condução dos problemas que avultam e pela onda de escândalos. A hora convida a evocar Durkhein, que classifica tais períodos de “anomia”. É o “estado de uma sociedade caracterizada pela desintegração das normas que regem a conduta dos homens e asseguram a ordem social”. Os fatos fazem retroceder cem anos, quando Rui Barbosa, em manifesto de 28 de dezembro de 1912, dizia da “crise de desfacelo dos elementos de nossa vida nacional”. Havia, então, razões sobejas para ele não se candidatar à sucessão. Se o fizesse, não disputaria um governo, mas “o espólio de uma casa roubada”, pois “o que há é uma falência, econômica e financeira, política e institucional, por liquidar”. O “Correio da Manhã”, em 15 de novembro de 1914, fez análise minuciosa do governo que expirava, criticando o presidente, por “sempre que chamado, pela sua função, a deliberar um caso político afeto ao governo, esquecer o dever que lhe criavam as leis, de agir respeitando os direitos de cada um, para só procurar atender às conveniências dos amigos e associados políticos”. O velho jornal acusava: “O partido do presidente, vivendo do bafejo do governo, do qual tirava as vantagens mais necessárias à sua existência e ao exercício de sua força como agremiação poderosa, não hesita em querer os maiores absurdos, nem o chefe do Estado em concedê-los”. Mais veemente, afirmava que os destinos do país se tornaram “joguete de meia dúzia”, não possuindo a nação “verdadeiramente um governo, mas um diretório de facção política, que a explora em benefício dos seus, sem olhar aos grandes interesses gerais”. Segundo o matutino, “o partido (do presidente) não serviu unicamente para enfraquecê-lo dentro do Congresso; serviu ainda para desmoralizá-lo perante a Nação, porque não houve crime que a quadrilha cometesse que logo não fosse apadrinhado” pelo chefe da nação e seus ministros. Adiante: “Não haverá, por certo, em toda a história política do Brasil, lembrança de um governo que deixe o poder tão amaldiçoado, nem dum chefe de governo que saia da sua posição tão coberta pelo descrédito, pela cólera do povo e, até, ultimamente pelo ridículo. Por isso, a manhã do dia desta segunda é como aurora de esperanças e a atmosfera que respiramos nos dá a ideia de ser mais oxigenada. Dir-se-ia que éramos cativos e reconquistamos a liberdade. O lixo da situação miserável que nos aniquilou vai, portanto, ser varrido”. É com esses sentimentos e pensamentos que o Brasil desperta hoje. Há necessidade de uma tomada nacional de consciência para que os destinos do país não sejam desviados infortunadamente. Compreendemos a dor do próprio Rui, ao envergonhar-se por fazer parte “de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer”. “Ao lado da vergonha de mim, tenho também pena de ti, povo brasileiro!”

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