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Mensagem: PRIMO PERÉ HAROLDO LÍVIO Luiz Carlos Vieira Novaes, o Peré inesquecível e bem-amado de todos os parentes, contraparentes, aderentes, amigos, admiradores e leitores, foi cruelmente arrebatado de nosso convívio e nos deixou por algum tempo. As lágrimas até aqui derramadas equivalem ao mar de imorredoura saudade em que estamos todos mergulhados. Sua prematura partida, em meio à consternação geral de todas as pessoas que o amavam, veio desmentir aquela afirmação de que não existem pessoas insubstituíveis. Peré não deixou substituto, alguém que possa igualá-lo em nobreza, em bom caráter e em talento; alguém que possa reunir tanta simpatia e carisma pessoal ao redor de si, mercê de seu reconhecido valor de jornalista e cidadão do mundo, sempre disposto a servir o próximo. Ele já nasceu abençoado e iluminado pela luz que vem do céu para mostrar quem está perto de Deus. Foi escolhido pela Providência Divina para nascer no dia 25 de dezembro de 1953, para coincidir com a mesma data de nascimento do Menino Jesus. Não resta dúvida de que há algo de profético nessa feliz coincidência. No dia de seus sessenta anos, no ano passado, publiquei um relato sobre o novo sexagenário, lamentando que seu pai, o saudoso Novaesinho, e a mãe, dona Maria, não tivessem dado ao bebê um nome alusivo à data máxima da Cristandade. Ele poderia ter sido contemplado, na pia batismal, com o nome de Natalício, ou Natalino, ou Salvador, ou mesmo Jésus (com o acento agudo) para não ser confundido com o outro ilustre aniversariante. Porém, o pai, que nutria grande admiração pela figura histórica de Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, perdeu a oportunidade e decidiu pelo nome do político, sem saber que o batizando veio a ser, como o pai, um modelo de cristão e criatura do bem. Coisas que acontecem... Minha primazia com Peré, como digo no título acima, se origina na amizade entre meu avô materno, João Vicente Maria do Amor Divino, pernambucano de Petrolina, e seu avô paterno, João Novaes Avelins, também pernambucano, de Cabrobó, ambos nascidos em cidades banhadas pelo Rio São Francisco. Todavia, vieram a se conhecer em São Francisco, terra barranqueira de Minas Gerais. Até aqui somos apenas netos de dois pernambucanos unidos pela amizade, ainda não dando para dizer que fomos primos nem que seja detrás da serra. Sem querer pegar carona com a fenomenal simpatia do amigo que partiu, quero informar ao distinto público que a avó paterna de Peré, dona Angélica Novaes, e minha avó materna, dona Florinda Barreto Nobre, portadoras de nomes lindos, eram conterrâneas de São Romão e se apresentavam socialmente como primas. (Não sei qual o grau do parentesco.) O que importa mesmo e que elas fizeram o quarto ano primário em Januaria morando na casa de Tia Ursulina, de quem eu e o querido amigo devemos ter sido sobrinhos-bisnetos. De qualquer forma, teríamos de ser primos nem que fosse pela coincidência da presen;a do Rio São Francisco, na caminhada de nossos antepassados que desceram do Nordeste navegando pelas águas sagradas, em busca de dias melhores.
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