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Mensagem: Cem anos de belas lições Manoel Hygino - Hoje em Dia Agosto, 14. Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por proposta do deputado Carlos Pimenta, prestou-se homenagem à professora Yvonne Silveira. Nenhuma iniciativa mais legítima e justa. O preito se deu ao ensejo do seu centenário de nascimento, enquanto se promoviam as festas típicas do mês na maior cidade do norte-mineiro, em que ela nasceu e a que dedica toda sua vida. Em todas as ocasiões e lugares em que se fazia necessária sua presença no campo cultural, educativo, literário, artístico e cívico, lá estava. Suas aulas na faculdade se caracterizavam pela livre manifestação, interação e harmonia com seus discípulos. A mestra insistia na tecla da leitura dos bons livros e dos bons autores, como condição de formação intelectual, de êxito pessoal e profissional e, por extensão, para desenvolvimento do ser humano e da pátria. As aulas constituíam, enfim, lições de espírito cristão, de transmissão de ensinamentos imprescindíveis, de sabedoria e brasilidade, de respeito ao passado e da visão de futuro. No finalzinho de 2013, programavam-se os festejos, a que ela modestamente disse não fazer jus. Desde então, comoventes encontros se sucederam para cumprir, ou não, o que se deliberava. Dona Yvonne já deixara de pertencer-se, para pertencer à sua cidade, à sua história, à sua gente, a seus costumes e tradição, a seus ideais, ao magistério universitário, às letras. Presidente da Academia Montes-clarense de Letras há muitos anos, tem dedicado ininterruptamente aos nobres objetivos da entidade identificada como “A Casa de Yvonne Silveira”, com Y e duplo n, como convém. No decorrer do calendário de 2014, tem sido alvo de sucessivas manifestações de apreço e admiração, e razões suficientes existem. Dona Yvonne, grande dama da intelectualidade regional, não falta a compromissos, desloca-se a todo lugar e na hora em que é chamada, e persiste em sua linha de conduta neste ano como o fez ao longo de toda a existência. Jovem, em seus cem anos, não tergiversa, não falha. Um exemplo genuíno da tenacidade da mulher do sertão mineiro. Lecionou literatura na Faculdade de Filosofia, a FAFIL, mas sua vida é a grande lição, insinuante no salto alto, a voz firme, a argumentação segura, a memória fantástica, que jamais deixa escapar um detalhe. Doutora em Literatura, o é também em comportamento e elegância. No Dia Internacional da Mulher, institucionalizou-se a proposta de atribuir a uma brilhante mulher a placa alusiva à data. Por sinal, a distinção foi conferida exatamente a Dona Yvonne, nem poderia ser de outra maneira. Esta apenas uma das expressões de carinho a quem se mudou da cidade natal, adolescente, apaixonou-se, casou-se e viveu com seu eleito durante 76 anos, um amor que parece novela, mas nunca se apaga. Viúva, não se dobrou como o junco à adversidade. Não perdeu a doçura, o entusiasmo, o charme, a voz suave, o leve sorriso, para continuar a vida. Que completa um século, mas tem muito mais caminho a percorrer.
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