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Mensagem: Forte vento sábado à tarde em M. Claros. Ventos anunciam agosto, redemoinhos, o diabo na rua, avisou Guimarães Rosa. Sempre que um vento gira, rodopia, levanta colunas, espalha poeira, suja, o mesmo vento avisa, murmura - não é o romãozinho em pessoa, mas a temperatura do ar substituída por outra, fazendo o mundo girar, dançar, os vórtices, espirais. Sempre foi assim. Ontem, também. Quando o redemoinho cessa, uma temperatura anuncia - venceu o duelo. Vai esquentar, ou esfriar. Ontem, esfriou. M. Claros ficou levemente mais fria, mas o vento foi forte. Dobrou coqueiros, a palmeira do monte que abre sua copa, sábia, milenar, para não represar o vento, deixá-lo passar...seguir. Pela previsão do tempo, que não consulta o romãozinho que Guimarães Rosa vê rebrotar nas ruas nesta época, pela previsão do tempo a semana entrante nos montes claros será de temperaturas 4 ou 5 graus mais recuadas, e já para aguardar os Catopês. Apure os ouvidos. Na periferia distante, quando os tambores recomeçam, e já recomeçaram, remotos humildes carroceiros, pedreiros, ajudantes, gente humílima, trocam de personalidade. Investem-se de poder imemorial, que nos visita há 200 anos, e vêm. Vão entrar na cidade em duas semanas, obedecendo ao som único, vindo das profundezas. Vigoroso, ritmado - ensaiado pelo tempo e nada mais, e que eles Catopês nunca não sabem explicar. Virá o som formidável, gerado longe, acordar corações, dançando, dançando. Ficará cinco dias, o tempo da floração dos Ipês D`Oiros. Assim, fica entendido que a ventania de ontem foi uma comissão de frente, enviada pelo Tempo. Como na serraria fazem os Ipês que Dona Dulce Sarmento, a outra Grande Dama, cantou. Cor de Ouro, anunciando a chegada. Roxos, na despedida.

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