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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 2 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Velho Chico minguado à espera das chuvas e gestão. A baixa vazão do Rio São Francisco vem comprometendo o transporte, turismo e a economia das principais cidades ribeirinhas. Com diminuição da vazão de defluência na Usina hidrelétrica de Três Marias os problemas estão cada dia mais agravantes. Ontem 14/07 tive de mudar todo o planejamento da minha viagem à Urucuia-MG para levantamento de fontes poluidoras da sua Bacia Hidrográfica. Tivemos a informação que as balsas iriam voltar a transportar, mas, ao chegar a São Francisco-MG, tudo pronto para a balsa começar suas travessias (depois de dias paradas); carros e caminhões já posicionando para o embarque, a operação foi abortada pela Marinha. Grandes bancos de arreias foram dragados para abertura de canais de acesso às margens. Porém, segundo a Marinha, nos locais de embarque e desembarques as profundidades não ofereciam segurança. A situação revoltou uma turista que queria retornar a Brasília-DF, ela teve de fazer uma volta de 250 quilômetros – passando por Pedras de Maria da Cruz-MG – para retomar a estrada de Urucuia do outro lado do rio. Apesar de muitas Praias, a qualidade da água não estimula os banhistas, temem algum tipo de doença; segundo um pescador o cheiro da água não agrada muito. A economia também é afetada pela baixa vazão. A produção de bananas da Fazenda Tamóios (Cros) está sendo escoada através das chalanas ( meio de transporte fluvial ) até a outra margem do rio para os caminhões à espera. Portanto, quem pretende ir para Arinos, Urucuia ou Pintópolis passando por São Francisco não tem como; as opções são por São Romão-MG ou Pedras de Maria da Cruz/ Januária – quilômetros a mais. A Situação não vai mudar. Em recente palestra proferida pelo Giovanni Lipo, gerente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as restrições hidráulicas e operacionais são necessárias neste período critico de estiagem prolongada para não comprometer o a distribuição de energia conforme o relatório de analises da operação de Três Marias (UH). A cidade de Pirapora-MG já está bombeando água do meio da calha do rio, conseqüência do baixo nível que não atinge o canal de captação por gravidade. Apesar que a baixa de vazão do “Velho Chico” está comprometendo o seu comportamento hídrico e biótico; para os especialistas em geração de energia, não há outras opções e, que um possível apagão de energia pode comprometer a distribuição de água potável das Companhias de Saneamento, o funcionamento dos hospitais e a operação das Indústrias. Atualmente, várias Usinas Hidrelétricas - UH estão sendo construídas, entre elas: Santo Antonio, Jirau e Belo Monte - novos Parques Eólicos estão surgindo e outras tecnologias de energia aquáticas ( mareomotriz) e a Biomassa vão avançando. Mas, neste momento já é hora de reunir representantes dos irrigantes, balsas, CEMIG, ONS, da SETOP – Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, SEPLAG – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, SEMAD- Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; os Ministérios de Agricultura, pecuária e Abastecimento, Meio Ambiente, o IBAMA, o Ministério de Minas e Energia e o Ministério de Transportes. Todos para tratar de soluções para a mobilidade no Norte de Minas. Para terem uma idéia em Minas Novas-MG tem uma ponte enorme ( já pronta) sobre o Rio Araçuaí que, “Não sai de lugar algum e vai para lugar nenhum”. É a evidência do desperdiço. Enquanto isso, falta uma ponte sobre o Rio São Francisco para encurtar a distância entre o extremo do Norte de Minas a Brasília – DF. “O mandacaru florando, as mangueiras com flores e mangas maduras, cobras e as aranhas se migrando”. Sei não! Parece-me que São Pedro vai ajudar o São Francisco mais cedo. (*) José Ponciano Neto é Conselheiro do COPAM e Técnico em Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

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