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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 4 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A MONTES CLAROS QUE NÃO ESQUECEMOS
JOSÉ PRATES
Não é possível à nossa memória modificar por informações, a imagem que registrou e guardou daquilo que vimos ou vivemos no passado. As últimas imagens registradas permanecem intactas na lembrança por muito tempo. É por isso que quando abrimos na internet, o “montesclaros.com” e nos inteiramos do que acontece naquela cidade que deixamos por imposição do ofício, em 1958, sentimos que não é a mesma que lá deixamos e que continua em nossa alma, povoando nossa mente. É, com certeza, outro lugar, diferente, sem a beleza poética das ruas estreitas onde os conhecidos ao se cruzarem, paravam para o abraço; onde a boneca gigante de Leonel Beirão quando passava, seguida de tambores rufando, atraia a meninada e gente grande, também. Na Montes Claros de hoje que virou uma espécie de metrópole, abrigando 400 mil habitantes que fizeram tudo mudar, inclusive a disposição dos bairros: o que era longe ficou perto; o que era subúrbio virou centro. As pessoas influentes, do passado, não estão mais, lá, já foram para outras dimensões levadas pela morte, mas, ficaram imortalizadas em placas, como nomes de ruas e avenidas, o que é justo, muito justo.
. A cidade cresceu, estendeu-se pra um lado e pra outro; cresceu pra cima com arranha-céus, mas, a gente que nasceu e cresceu ali, é a mesma, sem tirar nem por. Os costumes, também. O pequi – ai que saudade - vai continuar na mesa e a farinha, também; feijão preto, só de vez em quando, na feijoada com “fucim” e orelha de porco. A cidade cresceu por força do progresso alavancado pelos filhos que sempre procuraram o desenvolvimento da sua terra. A indústria chegou e trouxe mais gente de fora. O montesclarense, porém, em nada mudou: é o sertanejo humilde, cordial, sem arrogância. Outro dia, telefonei pra lá e a voz de quem atendeu ao chamado e que me chegava ao ouvido, dava-me a impressão de estar lá, como no passado. Estava ouvindo uma pessoa alegre, de voz mansa, falando devagar com um sotaque misto de baiano e mineiro. Foi, então, que eu senti que somos o mesmo montesclarense do passado, sem nada ter mudado. Vivemos a Montes Claros que não morreu nem se modificou em nós. A Montes Claros de hoje, grande, modernizada, com arranha céus, resultado do desenvolvimento econômico que chegou, é vivida pelos jovens que alavancam o progresso. Nós, os velhos montesclarenses de cabelos brancos, não nos afastamos da Montes Claros de ontem que continua em nossa mente com toda sua beleza e seu jeito sertanejo. É a cidade do Dr Plinio Ribeiro, do Dr Mario Ribeiro, de Simeão, de Lafetá com suas lojas, de Leonel e sua boneca gigante percorrendo as ruas. Aquela cidade encantadora, menina moça, namoradinha do sertão, ainda está em nós, sem tirar nem por.
Não queremos dizer que somos diferentes da gente de hoje, nascida outro dia mesmo, que não sabe e talvez não faça questão de saber quem foi esse ou aquele que deu nome a este ou aquele logradouro, nem, tampouco, fazem questão de lembrar a Montes Claros jovem, de casas baixas, sem arranha-céus. Essa gente jovem nasceu e vive na Montes Claros de hoje e até estranham quando falamos no ontem. São montesclarenses que nos sucederam na missão de fazer a cidade progredir e cumpriram a missão, muito bem, aliás. As imponentes torres da Catedral eram vistas de longe, anunciando aos viajantes a chegada à cidade Hoje, procuramos a catedral, numa foto da vista parcial da cidade e a encontramos escondida, encoberta pelos edifícios.. Fazer o que? Agradecer a Deus pelo grande progresso cultural e econômico que chegou à cidade. Não é, mesmo?

(José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)

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