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Mensagem: Nossos grandes desafios Manoel Hygino - Hoje em Dia Li, há muito tempo, a respeito da matança de jovens no Brasil. O que aqui acontece é inominável, um genocídio, uma guerra permanente não declarada que a ninguém faz bem. O assunto é imensamente exposto e discutido por todos os meios, lugares e pessoas, mas se perde no palavrório, em que os jornalistas somos envolvidos obrigatoriamente. Nem teríamos como evitar participar, porque é de cada um e de todos. O caso dos moços deste país com menos de dezenove anos merece consideração à parte, porque é exatamente o período em que o cidadão deveria estar começando ou já trabalhando, produzindo. Não é o que acontece: três adolescentes em cada grupo de mil morrem no país antes de alcançar essa idade, conforme dados do Índice de Homicídios na Adolescência. A taxa cresceu 14% apenas de 2009 a 2010. A previsão, se não houver queda nos próximos anos, é de que 36.735 jovens de 12 a 18 anos sejam executados, possivelmente por arma de fogo até 2016, na maioria negra. Calculado pela Universidade do Rio de Janeiro, o índice passou de 2.61 mortes por grupo de mil jovens para 2,98. São dados referentes a municípios com mais de 100 mil habitantes, divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e pelo UNICEF, em dezembro de 2012. De lá para cá, não acredito que os percentuais tenham decrescido, a considerar o noticiário da Imprensa. O homicídio é indicado, entre nós, como principal causa de morte dos adolescentes e equivale a 45,2% do total de óbitos nessa faixa etária. Na população geral, as mortes por homicídios representam 5,1% dos casos. Sem dados à mão, posso admitir que a situação, nos municípios com maior população, é muito mais grave, em grande parte atuando como fator de criminalidade o uso de crack e drogas, inclusive álcool. Envolvem-se nesses contextos os jovens que não trabalham, embora tanto se divulgue sobre a falta de brasileiros para o mercado produtivo. Enquetes divulgadas por jornais mostraram, há algum tempo, que os adolescentes na idade em questão não querem trabalhar ou estudar, com omissão perniciosa dos pais. Para onde estamos indo? Quando isso cessaria? Essas observações se repetem, mas soluções não há, ou pelo menos não houve, embora especialistas existiam operando por aí com numerosas propostas e sem respostas significativas. É algo profundamente triste, porque se percebe que os jovens pensam fundamentalmente em ser atletas ou artistas, para ganhar fábulas em dinheiro, ou ingressar no serviço público, considerado dos mais precários do planeta, embora mais seguro e bem rentável. Há, deste modo, muitas frentes a atuar, antes que o mal se torne sem remédio. E sem remédio, seria o caos, não interessa a quem quer que seja e à nação, abençoada por Deus, mas esquecida pelos cidadãos, desestimulados pro motivos perfeitamente sabidos e consabidos. Se os mais moços não querem estudar e trabalhar, se o número dos mais velhos é crescente, temos um desafio de consequências inimagináveis. Conhece-se que o sistema previdenciário já enfrenta desafios, que se agravarão nas próximas décadas, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento e entidades e agências de pesquisas dignas de confiança. Para o BID, a população de idosos quadruplicará em menos de quarenta anos. Para um técnico, este é o momento de pensar em novas políticas para evitar um futuro mais doloroso. Atualmente, o Brasil já gasta mais de 14% da produção total do PIB, com seguridade social. E depois? Muita morte violenta, gente sem trabalhar, milhares de mutilados pelo trânsito e viciados em drogas e idosos em ascendência numérica. Onde vamos parar?
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