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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 5 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O “Velho Chico” seco pode faltar água em Pirapora. Na tarde desta Quarta-feira 30/04, os Comitês de Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco (Federal) e do Jequitai – Pacuí e trecho do São Francisco (Estadual) reuniram com as principais autoridades do setor elétrico e empresários para discutirem a situação que se encontra o abastecimento de água na cidade de Pirapora. Estava presente o Gerente de Planejamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, Eng. Giovanni Coimbra Acioli, o Gerente da CEMIG Eng. Ivan Carneiro e a Diretora Geral do IGAM Eng. Marilia Melo, Tec. Em Meio Ambiente, biólogos e irrigantes. “Ainda não faltou água, mas pode faltar”. Assim começou a fala do Prefeito Léo Silveira. Para o prefeito, se a CEMIG reduzir a água da Barragem de Três Marias para 200 metros por segundo (m3/seg) , evidentemente faltará água em Pirapora, isso pelo fato do ponto de captação no rio está gravitacionalmente no limite. Atualmente a vazão está em 250 m3/seg - menor que esta, a água recua para o leito do rio impossibilitando a captação. Neste caso, demandaria o plano “B” – uma captação através de uma balsa Solução que custaria entorno de R$ 2,0 milhões, investimento inviável no momento - diz o Léo Silveira. O gerente da ONS Giovanni Lipo apresentou o relatório de Analise da Operação do Reservatório de Três Marias onde contém restrições hidráulicas e operacionais. As planilhas apresentadas indicavam as vazões de afluência e defluência do reservatório e as conseqüências no futuro. Dr. Lipo diz que no período úmido (de chuvas) Três Marias chegou a 18% da sua capacidade, na época a CEMIG liberava em média 460 m3/seg para o Rio São Francisco, mas para período seco esta vazão irá ser reduzida gradativamente - hoje com 300 m3/seg - Abril 250 m3/seg, até Setembro com 200 m3/seg. quando o reservatório estará com 10%. Caso não chover até Novembro pode chegar a 4,6% da sua capacidade. Daí a necessidade de reduzir a vazão de defluência. Também não descartou a possibilidade de reduzir já no segundo semestre a vazão para 150 m3/seg. para garantir a distribuição de energia e preservar o nível da barragem numa cota razoável. Neste caso Pirapora terá de acionar seu “Plano B” para o abastecimento. Quando o Gerente da CEMIG Sr. Ivan Carneiro foi questionado acerca do desabastecimento de Pirapora e se a empresa poderia arcar com as despesas da nova captação e da isenção da energia. Afirmou que a CEMIG não dispõe de recurso para este tipo de projeto, que a responsabilidade é da prefeitura, ainda, se não existisse a Barragem de Três Marias a situação estaria pior. Não quis responder sobre a função social da empresa. Salientou sobre o vencimento da concessão da Cemig com o governo federal (conforme a portaria 579/12). Informou que em Julho de 2015 a Cemig estará devolvendo a Usina de Três Marias ao Governo Federal, pois a proposta apresentada é inviável para ela. Segundo ele, o custo da gestão dos ativos de geração não agrega à receita atual do empreendimento. Diante das palavras do Eng. Ivan, as autoridades presentes questionaram o fato de a Cemig operar Três Marias desde 1963 e só em 2012 a empresa entendeu que é inviável a geração de energia. - “Como a Cemig vem tantos anos utilizando a água do São Francisco, agora que é à hora de investir, ela pula fora”. - desabafou o prefeito Heliomar Silveira de Pirapora. A Diretora do IGAM Dra. Marilia Melo comentou a situação dos rios de minas, as outorgas, fiscalizações e dos planos de ações da autarquia. Com relação à vazão do Rio São Francisco, Dra. Marilia ponderou-se, diz que o Rio é federal as ações são da ANA – Agência Nacional de Águas e o volume é regulado pelas comportas da Usina de Três Marias por determinação do ONS. Finalizou. Sem dúvida é uma situação é singular, faltou planejamento em todas as esferas de governos, Buritizeiro e Pirapora serão as mais prejudicadas porque estão acima da foz do Rio das Velhas e do Rio Paracatu. São eles os rios que ainda mantêm o São Francisco em situação razoável em São Romão, São Francisco, Januária e Manga. Pelo menos as crises hídricas que ameaça o abastecimento de água e a distribuição de energia servirão para os governos do estado, federal e municipal entender que com a água não se brinca. Dependemos do ciclo hidrológico, das tempestades solares que aumenta a evaporação das águas e a desertificação do solo, e principalmente, da vontade do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Doravante teremos que aprender a conviver com os abalos sísmicos, estiagem, calor, queda de vazão dos rios e o “blá-blá” dos tecnocratas. (*) José Ponciano Neto é Conselheiro do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Jequitaí e Trecho do São Francisco (SF06) e do IHGMC e da AMLNM.

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