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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Enchente de São José Haroldo Lívio Esta chuva que caiu, de muito raio e trovoada, nas noites de 22 e 23 de março corrente, ainda pode ser atribuída ao prestígio pessoal de São José junto a São Pedro, o chaveiro do céu, que também governa as torneiras de lá de cima. Tradicionalmente, por volta do dia consagrado ao pai de Jesus Cristo – 19 de março – o homem do campo, em nossa região castigada pelas secas, aguarda o socorro da enchente de São José, que alaga os campos lavrados, enche córregos e barrocas com uma abundância de águas que o sertanejo aproveita para enfrentar a próxima estiagem. Daqui em diante, a esperança é que venham as pancadas de chuva de São Miguel e de Todos os Santos. No nosso caso particular, temos desfrutado, nas horas de grande aperto, do privilégio de sermos paroquianos do santo carpinteiro e de sua esposa Maria Santíssima, nossos venerados padroeiros da paróquia da Igreja Matriz, a primeira da cidade, a quem os crentes recorrem quando se anuncia a iminente catástrofe da falta d’água. Felizmente, ainda merecemos a clemência de nossos padroeiros, apesar de nossos pecados, porque o casal nos ouve e coloca o precioso líquido nas torneiras de todas as paróquias da cidade, para a gente cozinhar, lavar a roupa, banhar-se e matar a sede. Nossos padroeiros mostram que, sobretudo, são gratos pela generosa doação feita pelo alferes José Lopes de Carvalho, no Século XVIII, quando entregou aos santos, em troca de um lugar na morada celestial, quase toda a área atual da cidade mais algumas cabeças de gado. São José e Nossa Senhora da Conceição adquiriram, com a doação, a condição de latifundiários e pecuaristas, ocupando lugar de destaque na economia local. Parece que o casal doador, sem filhos, se esqueceu dos sobrinhos, deixando os valiosos bens para a Igreja, prejudicando, entre muitos, o antropólogo Fabiano Lopes de Paula e o artista Tico Lopes que, mesmo assim, não reclamam do tio-tatara-tatara-tataravô. Consta que, no passado, a festa religiosa mais importante de nosso calendário montes-clarense era a comemoração solene do Dia de São José. Recordo-me de que, no velório do Padre Chico, na Matriz, fiquei sabendo da importância dos festejos por uma prosa entre Vicente Veloso Souto e “Seu” Joãozinho de Faria (cunhado de Niquinho Teixeira), dois profundos conhecedores da história local. Acrescento minha colaboração, sobre a importância da festa, para testemunhar que meu querido pai, aqui nascido no dia 14 de março de 1898, recebeu na pia batismal o nome de José, pelo simples fato de nascido faltando cinco dias para a grandiosa festa de São José, com foguetório, procissão solene e banda de música.

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