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Mensagem: VOLTA DAS FÉRIAS Wanderlino Arruda Ninguém sabe explicar como e porque o tempo de férias, gasto sem fazer nada, passa tão depressa e de modo tão imperceptível. Os dias e semanas voam encantados, bailando sobre nossa alegria pelos momentos que sobram da tribulação do sempre e do constante. Humberto de Campos, em uma de suas inesquecíveis crônicas de fim de vida, lá pelos idos de trinta, dizia que o tempo de alegria tinha a velocidade das borboletas, a agilidade multicolorida de asas que vão aqui e acolá, saltitantes, a zombar da tristeza e da dor, que rastejam como lentas e lerdas lagartas. A alegria é como o perfume, plena de presença, mas, sempre fugaz, passageira, marcando um fluxo de bem-estar. Alegria é como o azul ou qualquer outra cor, que só aparecem com a luz, o tênue espaço de claridade. Teço estas considerações sobre o tempo e sobre a alegria, para dizer que não vi passar os dias e as horas de ausência dos e-mails, do Facebook, das muitas páginas virtuais, quando não sei como nem de que ocupei todas as minhas horas de folga em longa viagem ao Uruguai e à Argentina, que ganhei de presente, porque este ano marca o início dos meus bons oitenta anos. Quase não mais Brasília - nas tarefas de organizar cursos e dar aulas para colegas mais novos, quase não viagens para falar do Rotary International, da Fundação Rotaria e até mesmo de literatura, tantos e tantos outros assuntos. Juntados às demais tarefas nas academias e no Instituto Histórico e Geográfico, é justo e normal o acúmulo de cansaço e disposição para o descanso. Janeiro, ressaca das festas do Natal, início e fim de pequenas tarefas, transforma-se em mais um motivo de acomodação. Fevereiro chega e acabam-se as desculpas, esvaem-se os sonhos de folga e haja mãos no serviço, que o trabalho não espera por ninguém. É claro que com tudo isso, não precisava ficar ausente do viver normal de todos estes muitos anos de luta diária. Desculpas não valem. Nenhum motivo pode ou deve obrigar a ausência deste convívio tão doce de cada manhã de domingo e dos dias normais de semana. É como um som de piscina a revigorar o corpo e a alma, tonificando a amizade de quem lê e quem escreve, mesmo quando quem escreve não escreve lá tão grandes coisas... Aqui estou, depois da Primavera e em pleno Verão, tempo-início de novas jornadas, ano do centenário de Yvonne Silveira, com programação que Ana Valda e eu estamos a elaborar e a incentivar. Tempo histórico, marco de muitas lutas de velhos e de novos bons companheiros. Tempo e saudades dos mais antigos, ainda diletantes, apesar dos sessenta anos de jornalismo, sessenta de bancos, de magistério e de Rotary, pois, em tudo desde 1954, recém-saído do Grêmio ´João Luiz de Almeida´ e do Tiro de Guerra, desenvolvimento na política estudantil, contatos com o mundo social de que era o tempero do Rotary Montes Claros, no velho hotel São Luiz, presidência de Luiz de Paula , animação de João Souto. Que este início de ano tenha sempre o sabor de todas as idas e vindas das letras de forma dos jornais e dos livros. Que este ano, quando espero lançar pelo menos dois livros, deixar perfeita e prestigiada a Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas, fundar a Academia Montes-clarense de Artes e publicar no mínimo mil e duzentas páginas de história através do nosso Instituto. Espero que o 2014 seja riquíssimo em produção de cultura e em despertamento de muitos e muitos ideais. Acima de tudo demonstrar que idade - mesmo quando avançada - não pode ser motivo de acomodação ou de descanso. O centenário da intelectual Yvonne de Oliveira Silveira vai dizer do quanto Montes Claros é a cidade da arte e da cultura. Que Deus nos proteja e garanta a muita saúde! Institutos Históricos e Geográficos de Minas Gerais e de Montes Claros
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