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Mensagem: As aventuras do presidente Manoel Hygino - Jornal Hoje em Dia Em 11 de fevereiro, os jornais brasileiros publicaram a notícia do falecimento de Virgínia Lane. As novas gerações sequer saibam possivelmente quem era ou se interessou em saber. Mas quem ler a curta nota conhecerá algo sobre uma ex-vedete do teatro rebolado do Rio de Janeiro, em sua época áurea. Virgínia era de pequena estatura, morena, e nasceu em 1920, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, começando cedo a carreira artística. Aos 15 anos, estreou no Cassino da Urca (naquela época o jogo era livre), e aos 18 anos, passava ao cinema. Participou de 32 filmes e dezenas de peças no teatro de revista, ganhando popularidade, principalmente pelas pernas, consideradas as mais belas do Brasil. Sua fama atraiu Getúlio Vargas, presidente da República, ao teatro João Caetano, na Praça Tiradentes. Ignorando as possíveis críticas, o chefe da nação, também baixinho, deixou-se encantar pela artista, como aliás conto em meu livro “Vargas, de São Borja a São Borja”. Evidentemente, o caso - e não foi o único de Getúlio -, se tornou notório, não ganhando maiores proporções porque a segurança era rigorosa e não permitia que a imagem presidencial fosse denegrida. Havia, ainda, a fama de Bejo, irmão de Getúlio, que não era das melhores, armando “barracos” em elegantes casas de shows. Getúlio, mais discreto, tampouco “mandava pro bispo”, como se dizia. Assim aconteceu, por exemplo, em 1952, quando já presidente eleito. Ele foi a São João del-Rei, onde seria homenageado por trabalhadores. No quartel do 11º Regimento de Infantaria, comandado pelo coronel Olympio Mourão Filho, promoveu-se um churrasco, abrilhantado por uma orquestra contratada em Belo Horizonte. E Tancredo estava lá. Vargas comeu e bebeu como o coronel jamais vira. Rolaram por baixo da mesa um barril de chope até perto ao visitante ilustre, que se encantara com a cantora com voz arrastada, o presidente dizia-lhe: “Te levarei para o Rio”. O entusiasmo durou pouco. A “crooner” desmaiou pela insolação e o show acabou antes da hora. Estava-se em pleno verão, fazia um calor infernal, sob o toldo armado na pista do campo de esportes do quartel. Getúlio comentou apenas: “Que pena! Que pena!”. Dois anos depois, no ápice da crise provocada pelo atentado da rua Toneleros, em que morreu o major da Aeronáutica, major Rubens Vaz, Vargas se matou com um tiro no peito, no Palácio do Catete. Virgínia Lane contestou a versão oficial. A vedete resistiu ao tempo, falecendo em Volta Redonda, onde morava, aos 93 anos, por falência múltipla de órgãos. No CTI do Hospital São Camilo se encontrava internada devido a uma grave infecção urinária. Assim é. O presidente se foi em 24 de agosto de 1954; a estrela se apagou em 10 de fevereiro, 60 anos depois.
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