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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Democracia não é baderna Isaías Caldeira * Esses elementos que saem às ruas em protestos estão brincando de revolucionários. Viram filmes e reportagens sobre os anos 60/70 do século passado e acham que devem repetir aquelas passeatas da Une e dos sindicatos contra o regime militar. Mas as fazem como pantomima, sem um ideário a ser alcançado, por simples balbúrdia, pelo gosto único de manifestar-se contra o que sequer definiram , sejam centavos de aumento em qualquer tarifa ou a copa do mundo, ou coisa alguma. Ao contrário do passado, estamos hoje em uma democracia, onde o voto livre substitui a força bruta na alternância do poder , de modo que este é exercido por meio da vontade popular, em eleições democráticas, com a participação de todos os grupos políticos, de todas as orientações ideológicas. A bizarrice da situação seria cômica, não fossem os resultados até aqui apresentados, onde depredações do patrimônio público e privado, a violência contra pessoas e o desafio às autoridades e ao aparato da segurança pública, dão a dimensão da estupidez dos manifestantes, sejam mascarados ou não. É certo que os mascarados integram grupo organizado, de natureza anarquista, que prega a destruição de todos os valores que sustentam a sociedade atual, com o aniquilamento das instituições e do próprio estado. São inocentes apenas nos seus propósitos, de todo irrealizáveis, fruto da desocupação das coisas úteis, do ócio em que vivem. Sem sustentação intelectual, nulos de conhecimentos, sob o influxo do peso da liberdade a que estamos submetidos e que nos torna senhores de nossa história pessoal , são os fracassados em busca de uma justificativa externa para suas angústias, e não querem mudar o mundo, mas destruir o que está feito para nivelarem as coisas ao chão em que arrastam suas existências. São violentos, pois falta-lhes discernimento para o diálogo, e a ignorância recomenda o embate físico, avessa aos ditames da racionalidade. Outros participantes desses movimentos são integrantes de partidos nanicos, com as velhas palavras de ordem da esquerda ancestral e caduca, que hoje somente serve como passaporte a algum cargo público, afinal esta gente não sabe sobreviver sem um emprego de terceiro ou quinto escalão ou se acomodar em algum sindicato. Só não querem é trabalho sério, com jornada certa e de alguma utilidade pública. Querem tirar proveito político da onda, com suas bandeiras escarlates, com os mesmos integrantes desfilando as velhas caras de sempre, e os mesmos discursos decorados de tanta repetição nestes últimos 30 anos de democracia. Os demais participantes são cooptados nas redes sociais, entre jovens da periferia e alienados políticos que alçaram à classe média ou estão próximos , em geral alunos medíocres nas escolas que freqüentam, todos com seus celulares na mão, teclando inutilidades, num diálogo que dispensa o uso de neurônios , construído à base de instintos e hormônios. Formam eles o caldo que entorna nas ruas das cidades grandes e médias, sob o olhar de uma sociedade amedrontada e desamparada, inertes as autoridades garantidoras da Constituição Federal, que se negam a cumprir com suas obrigações , extirpando a semente da secessão social que ameaça inviabilizar o País . Com a polícia acuada, receosa de agir, pois teme ser apontada na mídia como responsável pela violência , quando apenas estaria cumprindo o seu papel Constitucional de defender a sociedade da ação desses vândalos , chegamos pouco a pouco à beira do abismo institucional, sem lei e sem ordem , num estágio de desobediência civil nunca visto antes, onde se agrega a violência patrocinada por criminosos em geral, numa guerra onde a vítima é sempre a população trabalhadora. Há 50 anos o cenário nem era tão grave e deu no que sabemos e vivemos. A história sempre se repetindo. Pedro Nava tinha razão, a experiência é mesmo um carro com os faróis para trás. * Juiz da Vara de Execucões Criminais na Comarca de M. Claros

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