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Mensagem: Papai Noel morreu no percurso do tempo Manoel Hygino Quando o Natal se aproxima, as pessoas geralmente são tomadas por um raro frisson. Trata-se de natural expectativa, que mais excita as crianças. Antigamente, elas se perguntavam: Papai Noel existe? Ou é invenção dos papais e vovós? Hoje, não mais sequer se duvida, porque as famílias saem às ruas a visitar as vitrinas e os meninos e meninas escolhem um presente para si, aquele com que sonharam nos 11 primeiros meses do calendário. Os orçamentos auxiliam na definição do que se comprará para alegrar os dias imediatamente posteriores à data e até um novo fim de ano. O comércio se exulta com os resultados das vendas, enquanto pai e mãe selecionam o que darão aos filhos, pressionados pelos apertados orçamentos domésticos. Os pobres, e os há sempre em todos os lugares do mundo, resignam-se a apenas olhar os mostruários das lojas ou contemplar pelas televisões os remotos regalos, magoados com a sorte ingrata que não admite serem todos iguais, mesmo na festa maior da cristandade. O espírito natalino, contudo, vai perdendo valia e fôlego, diante do apelo predominantemente material e consumista da sociedade, espelhando e repetindo todos os meses. Efetivamente o ter prepondera sobre o ser, e as inspirações mais nobres e belas do Natal são transferidas às meditações e inquirições íntimas dos que ainda sentem as variantes do tempo e do poder pecuniário. O Natal de antigamente faleceu em decorrência da longa enfermidade que acomete a sociedade. O presépio, uma criação do pobrezinho de Assis, se viu transformado simplesmente em cenário de curiosidade e de atração visual. Papai Noel se circunscreve a um velho de longas barbas brancas e de coloridas e vistosas roupas, que entra em cena para estimular o comércio e despertar o interesse das crianças que, mesmo vendo-o tão fagueiro e ágil, percebe que ele não passa de charmoso “clown” de ocasião. Nos templos cristãos, ainda se procura instalar o ambiente de reflexão e respeito a uma criança que, há cerca de dois mil anos, nasceu numa cova de montanha, para disseminar, já adulto, notícias de bons tempos e maior felicidade. Então, homens e mulheres mais se respeitariam e se amariam como condição essencial de paz entre os de boa vontade. Por isso, foi martirizado e executado numa cruz, exposto à multidão ao lado de dois ladrões também condenados. Assim caminha a humanidade.
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