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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: GODOFREDO GUEDES, AMADO-AMANTE DAS CORES Wanderlino Arruda Mesmo pintando por prazer, a exemplo de Miguel Ângelo, Godofredo Guedes pintava por profissão. Genial, perfeito, verdadeiro, amado-amante das tintas e das cores, em quase toda a sua vida foi um importante e reconhecido pintor. Suas aventuras e venturas com os pincéis tiveram início na adolescência, aos quinze anos, em 1923, na cidade em que nasceu, Riacho de Santana, Bahia, onde estudou francês e foi prático de farmácia. Primeiro trabalho, já com toque de mestre, óleo e pincéis, foi na Gruta da Igreja de Nosso Senhor Bom Jesus da Lapa, barrancas do São Francisco. Até hoje lá estão para a glória de Deus e do autor, os doze quadros bíblicos da Via Sacra. Têm sido um momento de místicas contemplações para muitos dos romeiros e visitantes de quase um século. Sempre, uma religiosa admiração. Depois da Bahia, depois dos dias ensolarados do sertão interiorano, depois de encher a alma dos tons ricos das águas do São Francisco, Godofredo Guedes veio para Montes Claros, cidade bem pequena em 1935, mas com uma admirável generosidade de muito sol e muito azul: azul no céu, azul nos montes, azul nos tubos de tinta azul da sua paleta de artista fogoso. O homem chegou pintando. Pintava tudo. Pintava placas, pintava letreiros, pintava fachadas, pintava quadros. Quando pintou o retrato de grande Prefeito Dr. Santos, recebeu dele um bruto elogio: ´como poderia assim de modo tão fácil e artístico captar tão seguramente a personalidade de uma pessoa?´. Muitas mudanças na cidade, muitos anos são passados e o retrato ainda aí está para quem quiser ver. É um sucesso até hoje. Quantos quadros deve ter Godofredo pintado em sua venturosa vida? Difícil saber, porque ele pintava todos os dias, todas as horas... Uns quatro ou cinco mil, Ou muito mais... Quantos amigos teve Godofredo? Ninguém sabe, tantos são eles, em toda parte. Quantos filhos, frutos de um feliz casamento com D. Júlia? Isso a história montes-clarense sabe: foram oito - Terezinha, Dolores, Neusa, José, Hélio, Maristela, Alberto e Lúcia. Hélio é o conhecido Patão, do folclore e também das tintas. Alberto, o genial Beto Guedes, um dos construtores da moderna música brasileira. Lúcia graduou-se como médica na Argentina e é doutora há um bom tempo. Os outros, com exceção de nosso sempre saudoso Hélio, todos de alguma forma ligados à pintura, aí estão, solteiros, casados, felizes sempre. Zeca - já não mais tão jovem como em nossos tempos de Colégio Diocesano, segue a trajetória dos pincéis do pai, mas até hoje não quis pintar quadros. D. Júlia de Castro Guedes, que sempre teve nas mãos e no grito, o comando da família, cuidou de tudo e de todos. Foi diretora e gerente ao mesmo tempo. Mulher e mãe que mandou um bocado e com razão, diante de família tão grande e de marido artista, que só se via obrigado a enxergar as belezas da vida. D. Júlia foi, sem qualquer dúvida, uma admiradora do marido. Falou dele sempre com grande carinho, mesmo quando estava de cara fechada ou precisando brigar. A ela, concordo, devemos grande parte da firmeza de GG na vida e na arte! Institutos Históricos e Geográficos de Minas Gerais e de Montes Claros.

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