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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Quem semeia vento colhe tempestades. O velho bordão exprime, como nenhum outro, o momento atual. A esquerda brasileira sempre teve em sua pauta o incentivo à desobediência civil, com apoio programático aos ditos movimentos sociais, onde o desrespeito às autoridades e as leis integram a praxis política desses grupos. Um dos seus mais renomados e respeitados teóricos, Vladimir Safatle, em suas colunas na grande imprensa, incontáveis vezes defendeu o não cumprimento de leis, se estas contrariam interesses dos autointitulados excluídos. Invasões de propriedades rurais, de imóveis urbanos, desobediência às ordens judiciais, fechamento de estradas, são a materialização dessa política fundada em orientação maxista, na luta de classes, na busca incessante da instalação de um regime socialista, aos moldes cubanos, no País.Apenas fato. Pessoalmente, nada contra a forma de ação, face ao espírito democrático que norteia minha vida. Mas a velha esquerda, agora no poder, esqueceu-se disto, de suas responsabilidades de governante, e que a semente jogada ao vento caía em terreno para além dos limites dos grupos amestrados, sem o controle dos ideólogos e orientadores de suas ações. Enquanto pregavam suas teorias sociais, os alienados das políticas partidárias e ideológicas teciam as linhas de suas angústias em outras plagas, no espaço cibernético e virtual das redes sociais. Então, para desespero dos atuais detentores do poder central, esses novos burgueses, muitos alçados recentemente a esta condição, aprenderam as lições e resolveram por em prática os ensinamentos adquiridos, chamando o povo às ruas para demonstrarem suas insatisfações, tudo de forma genérica, sem uma bandeira específica, pelo simples prazer de protestar. Não há famintos dentre eles, nem condenados ou perseguidos políticos. Não têm lideranças e nem causas; não têm comando, senão aquelas teclas dos computadores que remetem às redes sociais; ajuntam-se e saem às ruas, desprezando a ingerência política e partidária. A maioria bem intencionada, mas sem saber sequer o porquê das manifestações. Centavos cobrados a mais, saúde, educação, corrupção, qualquer coisa enfim, é razão suficiente à adesão ao movimento. Dentre os participantes, como sempre acontece, radicais e extremistas atuam. Daí a destruição do patrimônio público e o enfrentamento com o aparato da segurança estatal, o vandalismo puro e simples. Vai piorar, pois não se sabe como estas coisas terminam. Aliás, sabemos todos: quando o poder e a autoridade se esvaziam, criando um vácuo em seu espaço de ação, com certeza outro grupo aparecerá para ocupá-lo, restaurando a ordem e a legalidade, para o bem ou mal.

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