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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O problema migratório do Brasil afeta Montes Claros José Prates Tomando conhecimento diariamente, das notícias de Montes Claros que nos chegam pela Internet, vamos analisando o seu conteúdo e entrando na rotina da cidade que não é diferente de nenhum grande centro, seja lá de onde for. Os assaltos, as agressões físicas e mesmo os assassinatos que, felizmente, são poucos, em nada difere das grandes cidades porque são acontecimentos que estão ligados às metrópoles e cidades populosas. Num lugar pequeno, de pequena população, nada disso acontece e quando acontece é para assombro geral. Nesses lugares, a população pequena, unida, procede geralmente, como em família porque quando não são parentes são compadres. Nesses lugares que pouco se desenvolvem, não por culpa da população, mas, por falta de condições, é grande a migração de jovens que chegando à idade adulta, procuram mercado de trabalho, o que não existe em sua cidade. Não se pode dizer que Montes Claros era pequena e seu sistema de vida fosse diferente do que é hoje. Era uma cidade populosa para época, mas, não apresentava os problemas que hoje se apresentam porque não havia esse grande movimento migratório que vemos atualmente, assunto que tem despertado o interesse de diversas áreas da ciência, sendo particularmente estudado pela demografia e pela geografia. O que se verifica e que tem sido objeto de estudos é o fato de que quando um grupo de pessoas migra de um local para outro, provoca diversas alterações, principalmente nos setores da economia e espaciais, esvaziando o local de origem e aumentando a população do local de destino o que causa problemas pela falta de estrutura em muitos desses lugares, como é o caso de Montes Claros de ruas estreitas onde uma grande população sente dificuldade de locomoção dentro da cidade. No nosso entender e segundo alguns entendidos do assunto, as soluções para o problema migratório que tem afetado os grandes centros, principalmente do sul e sudoeste do país, devem ser pensadas, como afirmam muitos estudiosos, sob dois aspectos: o primeiro é encontrar solução para fixar o homem no seu lugar de origem para diminuir o processo migratório. Muitas das razões que levam à migração principalmente em regiões do norte e nordeste, são a falta de trabalho; a pouca ou nenhuma assistência à saúde pública e a educação. Não existe um programa governamental, principalmente estadual ou municipal visando proporcionar ao habitante pobre uma assistência adequada que lhe permita uma vida tranqüila e digna. Em muitos e muitos lugares não existem qualquer estabelecimento de saúde à disposição de habitante, dependendo ele de locomover-se para lugares distantes na procura de socorro médico. Sem outros recursos, tratam-se com raízes e meizinhas tradicionais, receitadas pelos mais velhos. Hoje, o Bolsa Familia, única ajuda a esses pobres, ameniza a situação, mas, não resolve o problema que não é só financeiro.. Assim, nas pequenas cidades, é importante criar estruturas melhores de atendimento à saúde e à cultura.. Com o abandono à cultura, vem a ausência da diversão o que ocorre na maioria das pequenas cidades, transformadas num lugar vazio, sem vida, levando os mais jovens a migrarem em busca da vida. E aí está a razão do crescimento desordenado de cidades como Montes Claros, destino certo de migrantes n~so de outros estados,mas, de cidades vizinhas. O assunto é complexo, pode ser de difícil solução, mas, os governos não podem cruzar os braços e ficar a contemplar o sofrimentos dos afetados. Devem assumir uma direção e mostrar uma política clara. E isso, infelizmente, não temos visto em lugar nenhum dos país. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)

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