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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Saudades! Saudades! A Fazenda Quebradas nunca vai sair da mente de muitos montesclarenses. Dona Arinha e “seu” Pedro Veloso com aquela educação invejável sempre nos receberam muito bem. Sr. Pedro fazendeiro bem-sucedido, um visionário, com sua ousadia transformou a “Fazenda Quebradas” um modelo para muitas pelo Brasil; no Norte de Minas foi a primeira fazenda a ter um telefone; tinha energia elétrica gerada por uma roda d’água, toda fazenda era iluminada. Foi destaque no Globo Rural por muitos anos, uma criação de porcos impressionante, eram centenas de porcos embarcando todos os dias. Na fazenda tinha escola para alfabetizar as crianças dos vaqueiros – as professoras eram as filhas de Dona Arinha. A Sede da Fazenda é bem grande, construída há mais de um século pelo pai de D. Arinha – vitrais – azulejos europeus – coisas lindas, que não se faz mais hoje em dia! Na sala uma dedicatória do então Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira – este visitava a fazenda quando vinha a Montes Claros – como o “seu” Pedro, Juscelino também gostava de caçar. Em frente à casa um jardim com variadas espécies de rosas e flores que Dona Arinha fazia questão de ficar contemplando sentada em uma cadeira, só tirava os olhos para ler seu jornal. Por causa do tamanho da casa era escolhida pelos familiares para festas e descanso nos finais de semana. No fundo da casa passava (e vai voltar a passar) um canal de água que vinha do pé da serra e tocava a roda d’água – ponte de pedra – o cruzeiro no alto da serra – cemitério – currais – bois – porcos – pássaros e a “mudinha” que zelava da casa de Dona Arinha. Tudo isso. Sonho com a mesma liberdade de quando era criança. Todo serviços de solda, tornearia, trancas e dobradiças das cancelas quase todos eram feitos pelas mãos do meu pai ou meu avô; me traz muitas saudades. Agora tudo virou o Parque Estadual da Lapa Grande. Dia 13 (quinta–feira) próximo passado fiz questão como Conselheiro do Parque ir a Ouro Preto com uma comitiva do IEF com o objetivo de acertar a condução dos projetos de restauração do cassarão e de todas as unidades da Fazenda Quebradas - por vários momentos citamos o nome de Dona Arinha, pois, era a memória viva que iria orientar (através de fotos antigas) os engenheiros e restauradores da Fundação de Arte de Ouro Preto - FAOP que virão a Montes Claros para o levantamento das obras. Cheguei a comentar com meu colega de trabalho o Tininho Oliveira que é sobrinho da Dona Arinha. Ele me confidenciou que a Dona Arinha estava louca para visitar as Quebradas – pedi ao Tininho que a levasse depois da restauração - evitaria assim uma comoção emocional. Vou parar por aqui. A saudade é demais. Desde da estrada cavalheira que saia do Bairro Melo, subia a Serra Ibituruna e descia na ponte de pedra - até saborear a rapadura e a cachaça que eram fabricadas nas QUEBRADAS. Condolentemente o meu abraço a toda família, especialmente aos netos - Camilo, Zezinho e os sobrinhos Tininho e a jornalista Cecília Oliveira. Eternamente! Fazenda Quebradas.

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