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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 20 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Prefeito é afastado e vai ser monitorado por tornozeleira - Toninho Cordeiro é suspeito de fraude em licitação e de coagir testemunhas - Attílio Faggi JR - Montes Claros. O prefeito de Coração de Jesus, cidade no Norte de Minas, Antônio Cordeiro de Faria (PSDC), foi alvo de uma medida cautelar inédita no país. Preso, ontem, pela Polícia Federal (PF), na operação Odin, ele foi liberado, mas vai usar uma tornozeleira eletrônica por tempo indeterminado. A determinação da Justiça tem o objetivo de evitar que ele se aproxime a menos de cem metros dos prédios públicos da cidade e dos servidores da prefeitura. Toninho Cordeiro, que tenta a reeleição, deixou o prédio da PF em Montes Claros no final da manhã, já com o equipamento, e não quis falar com a imprensa. Além dele, o secretário municipal de Obras e o ex-secretário de Transportes do município também terão que usar a tornozeleira, que é monitorada via satélite em todo o território nacional. Os três gestores são suspeitos de participar de um esquema de fraude em licitação com direcionamento da concorrência pública. A medida cautelar de rastreamento foi baseada na suspeita de que os três estariam coagindo empresários e testemunhas. De acordo com as investigações, os suspeitos vêm oferecendo até R$ 20 mil para que outros envolvidos no esquema omitam ou prestem falso testemunho sobre as fraudes. Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) e pela Justiça Federal em residências, empresas e na prefeitura de Coração de Jesus. De acordo com as investigações, obras que deveriam ter sido concluídas em fevereiro, por exemplo, estavam sendo executadas, em abril, por funcionários e com equipamentos da prefeitura. Em dois casos - na pavimentação de 100 km de ruas com reconstrução de 18 casas e nas obras da ponte sobre o rio Pacuí e o córrego Xirí - os contratos tinham o valor de R$ 1,5 milhão cada. Ineditismo. O delegado-chefe da Polícia Federal de Montes Claros, Marcelo Freitas, fez questão de destacar que é a primeira vez, no Brasil, que as tornozeleiras são usadas em um caso de medida cautelar, o que é previsto pela Lei nº 12.403 e pelo artigo 319 do Código Penal. O delegado também afirmou que é inédito o fato de um prefeito ser afastado por inquérito criminal aberto pelo TRF-1. Equipamento com GPS é mais barato que prisão Montes Claros. O delegado da Polícia Federal em Montes Claros, Marcelo Freitas, explica que as tornezeleiras eletrônicas utilizam a tecnologia GPS/GPRS, são produzidas no Brasil e têm um custo unitário de cerca de R$ 2,5 mil. Segundo ele, é mais barato para o poder público usar o equipamento do que manter o suspeito na prisão. Contudo, Marcelo Freitas alerta que a tornozeleira só pode ser usada em dois casos: como medida preventiva ou em detentos em progressão de pena. O próprio policial já testou o equipamento. ´Utilizei por uma semana e não promoveu nenhum constrangimento´, argumenta. Segundo o delegado, as tornozeleiras são fornecidas pelo Departamento Penitenciário Nacional e não implicam em custo para a Polícia Federal. (AFJ) Secretário de Saúde denuncia fraude na própria pasta Montes Claros. A Polícia Federal (PF) em Montes claros está investigando uma denúncia, feita pelo secretário de Saúde do município, Geraldo Edson Guerra, de desvio de recursos e fraude na própria pasta administrada por ele. A investigação também é um dos alvos da operação Odin, deflagrada ontem. Segundo o delegado da PF Eduardo Maurício de Araújo, verbas destinadas ao pagamento do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) estariam sendo desviadas. ´Era feita uma guia para recebimento da TFD, mas os pacientes não recebiam o benefício´, explica Araújo. O delegado afirma, no entanto, que ainda não há como estimar o prejuízo para os cofres do município. Ainda de acordo com as investigações, uma servidora da secretaria e duas outras pessoas estariam envolvidas no esquema. As investigações começaram a partir de uma denúncia feita pelo secretário Geraldo Guerra, que deu origem ao inquérito. De acordo com o gestor, um morador da cidade denunciou à ouvidoria da Secretaria de Saúde que a assinatura de um paciente havia sido falsificada em um documento do TFD. ´Há cerca de dois meses, fiz a denuncia à Polícia Civil´, revela o secretário, que abriu uma investigação administrativa interna para apurar a suposta fraude no repasse dos recursos aos pacientes. Segundo Guerra, cerca de 150 pessoas utilizam as verbas do TFD, o que representa um gasto mensal de cerca de R$ 80 mil.

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